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Representantes das seis potências mundiais, da União Europeia  e do Irã: acordo histórico limita atividade nuclear dos iranianos. | Reuters
Representantes das seis potências mundiais, da União Europeia e do Irã: acordo histórico limita atividade nuclear dos iranianos.| Foto: Reuters

Após uma maratona de oito dias de reuniões em Lausanne, na Suíca, negociadores do Irã e de seis potências mundiais anunciaram ontem a definição de um plano para finalizar até 30 de junho um acordo que limitará o programa nuclear iraniano e impedirá o país de desenvolver armas atômicas pelos próximos dez anos.

Embora incerto, o entendimento abre caminho para conversas sobre um futuro pacto mais abrangente que deve apaziguar os temores ocidentais sobre as intenções do Irã de desenvolver uma bomba atômica. Em troca, o governo de Teerã terá suspensas as sanções econômicas que vêm prejudicando a economia do país.

Israel rejeita pacto e diz que negociação está “fora da realidade”

Israel rejeitou o acordo nuclear preliminar com o Irã, considerando que o pacto está distante da realidade, e prometeu continuar os esforços para evitar um “mau” acordo final.“Os sorrisos em Lausanne estão distantes da realidade miserável em que o Irã se recusa a fazer concessões sobre a questão nuclear“.

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Pelo acordo delineado, o Irã terá de desligar mais de dois terços de suas centrífugas nucleares produtoras de urânio que poderia ser usado para fazer uma bomba. Além disso, o país terá de desmantelar um reator que poderia gerar plutônio e aceitar inspeções mais minuciosas. As conversas para se chegar a um acordo prévio ultrapassaram o prazo da meia-noite de 31 de março. A expectativa é que o acordo definitivo seja firmado até 30 de junho.

Segundo documento divulgado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, o Irã concordou em reduzir o número de centrífugas nucleares atualmente instaladas no país de cerca de 19 mil para 6.104. Só 5 mil delas poderão enriquecer urânio pelos próximos dez anos.

Além disso, o governo de Teerã não poderá enriquecer urânio a um nível acima de 3,67% (utilizado para produzir energia) por pelo menos 15 anos. Para a fabricação de uma bomba atômica, o percentual de enriquecimento é de 90%.

Como contrapartida, as sanções ao Irã relacionadas a seu programa nuclear serão retiradas depois que a agência nuclear da ONU confirmar que o país cumpre os pontos acordados.

O acordo é uma vitória do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que enfrentou resistência da oposição republicana em seu país e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. “Se esse plano levar a um acordo final, ele vai tornar o nosso país, nossos aliados e nosso mundo mais seguros”, afirmou Obama em Washington.

O ministro iraniano Mohammad Javad Zarif comemorou no Twitter. “Encontramos soluções, estamos prontos para começar a rascunhar [o acordo] imediatamente”, afirmou Zarif. Além do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, participaram das reuniões em Lausanne representantes de Rússia, China, Reino Unido, Alemanha, França e União Europeia.

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