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Conflito árabe

Adolescentes de Foz correm risco em cidade síria

Casal sírio da sitiada Homs tem filhos nascidos no Brasil e receberá ajuda da embaixada brasileira para repatriá-los

Manifestantes protestam contra o ditador sírio em Homs, alvo de constantes ataques: “Onde está o mundo?” | Reuters
Manifestantes protestam contra o ditador sírio em Homs, alvo de constantes ataques: “Onde está o mundo?” (Foto: Reuters)

A violência descontrolada e os disparos frequentes de artilharia sobre o edifício onde mora na cidade de Homs fizeram o sírio M. pedir ajuda à Embaixada do Brasil em Damasco. M. e a esposa são cidadãos sírios, mas moraram por vários anos em Foz do Iguaçu, onde nasceram os dois filhos, hoje com 12 e 13 anos, cidadãos brasileiros natos. As­­sustado, o casal quer enviar as crianças ao Brasil, onde tem pa­­rentes – mas aguarda o resgate em uma cidade sitiada.

"Eles vivem no bairro de Inshaat, um dos acessos ao centro da cidade para quem chega de Damasco", explicou o embaixador brasileiro na Síria, Edgard Casciano.

A identidade da família foi preservada a pedido da diplomacia brasileira – até que remoção seja completada com segurança.

"Estou em contato permanente, mas não temos como retirá-los de lá devido aos conflitos armados para retomar o controle da região. Falei com o pai longamente pelo telefone e pude ouvir os disparos ao fundo. E não eram de armas leves. Eles contam que os projéteis passam por cima do prédio."

As comunicações telefônicas com Homs são intermitentes, e os contatos têm sido feitos através de uma rede de informações montada pela embaixada. Se­­gundo o embaixador, a maioria dos cidadãos brasileiros já deixou as áreas de risco e não corre perigo.

"O que me preocupa são esses dois menores, que serão repatriados. O pai ontem me pareceu mais calmo. Não faltam comida ou suprimentos na cidade, mas essa situação torna difícil reabastecer as reservas por ser arriscado sair de casa. Há francoatiradores por todos os lados. Eu os aconselhei a não por o pé na rua até que a ajuda chegue. A rua onde mo­­ram fica não muito distante da chamada Avenida Brasil – disse o diplomata, referindo-se à rua transformada numa espécie de "corredor da morte" em Homs.

A embaixada chegou a cogitar o envio de representantes para retirar os jovens de Homs, mas é impossível chegar à cidade. Casciano entrou em contato com as autoridades sírias pedindo proteção aos menores. O embaixador já foi recebido pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal Mekdad, para negociar a remoção dos brasileiros, e o plano é que as autoridades sírias retirem os meninos de Inshaat e as transfiram para um local seguro, dentro ou fora da cidade de Homs, onde representantes da embaixada possam recebê-las.

"É necessária a intensificação dos esforços diplomáticos para pôr fim a essa escalada de violência, que já fez um número absolutamente inaceitável de vítimas", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

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