Os advogados da acusação no processo do ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, se retiraram da audiência deste domingo (18) depois que a Promotoria apresentou como provas vídeos que eles qualificaram de inúteis para o julgamento.
A sessão aconteceu sem a presença dos acusados, e foi centrada na exposição de vídeos que mostram a atuação policial na praça de Tahrir, centro do Cairo, durante a revolução egípcia.
Asaad Haikal, um dos advogados da acusação que estava na audiência, afirmou à Agência Efe que os advogados de defesa se retiraram do julgamento em protesto pelos vídeos apresentados.
De acordo com o advogado, o material tem gravações feitas a partir de fevereiro, e não corresponde ao período entre 25 e 31 de janeiro, quando, de acordo com ele, a Polícia disparou contra manifestantes.
"Consideremos que esses vídeos não são úteis para o julgamento", afirmou Haikal, que explicou que a corte continuou a exibição apesar da ausência dos advogados.
Algumas destas cenas foram gravadas por câmaras de vigilância localizadas em edifícios vizinhos à praça de Tahrir e outras foram disponibilizadas pelos serviços secretos.
Mubarak, o ex-ministro do Interior Habib el Adli e seis de seus assessores são acusados de envolvimento nos ataques contra manifestantes em protestos que precederam à renúncia do ex-presidente, e podem receber a pena de morte se forem declarados culpados.
