• Carregando...

Os advogados de defesa de Saddam Hussein suspenderam todos os contatos com o tribunal especial que está julgando o ex-ditador iraquiano, afirmando temer por suas vidas, após o assassinato de um colega.

"Nós, a equipe da defesa, que reúne mais de 2.000 advogados iraquianos, decidimos interromper totalmente as relações com o tribunal", disse um comunicado obtido pela Reuters nesta quarta-feira e assinado pelo advogado-chefe de Saddam, Khalil al-Duleimi.

O comunicado citava "a deterioração da segurança e suas repercussões no trabalho dos advogados iraquianos, e as constantes ameaças contra suas vidas e as de suas famílias, demonstradas pelo assassinato do mártir Saadoun Janabi."

Janabi, advogado de Awad al-Bandar, ex-juiz que é réu do processo junto com Saddam e outros seis acusados, foi seqüestrado de seu escritório em Bagdá um dia após o início do julgamento, em 19 de outubro, e morto a tiros.

O julgamento de Saddam Hussein por crimes contra a humanidade foi suspenso até 28 de novembro. Saddam e outras sete pessoas são acusados da morte de 148 homens nos anos 1980, em retaliação a uma tentativa de assassinato contra Saddam, em Dujail.

A nota dos advogados de Saddam dizia que é impossível conduzir um julgamento justo e transparente quando os direitos de Saddam e dos outros réus estão sendo "claramente violados".

Segundo a equipe, os contatos com o tribunal serão retomados se uma lista de exigências, entre elas a investigação do assassinato de Janabi, for atendida. O comunicado também pedia proteção policial para os advogados de defesa e suas famílias, com 15 guarda-costas para cada um.

A defesa de Saddam também solicitou a organizações de defesa dos direitos humanos e à ONU que ponham fim à "farsa" do julgamento.

Saddam e outros sete réus podem ser condenados à pena de morte.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]