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Alemanha

AfD é classificado como “extremista” e critica “golpe contra a democracia”

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Alice Weidel, líder da Alternativa para a Alemanha, em foto de abril de 2025. (Foto: Christoph Soeder/EFE/EPA)

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O partido de direita nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar nas eleições gerais de fevereiro, classificou nesta sexta-feira como um “duro golpe contra a democracia” a decisão dos serviços de inteligência do Ministério do Interior de considerar o grupo político como um partido extremista de direita em sua totalidade.

Alice Weidel e Tino Chrupalla, os dois líderes do partido, disseram em comunicado que o objetivo é desqualificar e desacreditar um partido que é a principal força de oposição e que algumas pesquisas colocam no topo das preferência do eleitorado. “A decisão de hoje do Escritório Federal para a Proteção da Constituição é um sério golpe à democracia na Alemanha como um todo. Nas pesquisas atuais, a AfD está liderando como a primeira força. O governo tem apenas quatro dias de mandato”, enfatizaram, referindo-se às pesquisas mais favoráveis ao partido.

Pouco antes da posse do chanceler indicado pelos conservadores, Friedrich Merz, na próxima semana, o partido direitista agora se encontra “publicamente desacreditado e criminalizado”, acrescentaram Weidel e Chrupalla. Eles afirmaram que essa “intervenção” no processo político democrático é “claramente motivada politicamente” e prometeram que a AfD continuaria a se defender legalmente contra o que ambos disseram ser difamações.

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A AfD já havia sido classificada como extremista em vários estados alemães, mas todo o partido em nível federal estava, até esta sexta-feira, listado como “suspeito de extremismo de direita”, em vez de um “caso seguro” de extremismo. O Escritório Federal para a Proteção da Constituição (BfV) da Alemanha justificou a decisão anunciada nesta sexta-feira com base no fato de que os objetivos da AfD seriam incompatíveis com a ordem constitucional democrática.

Atual chanceler, de centro-esquerda, defende decisão, mas pede cautela sobre eventual proibição da AfD

O atual chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que está prestes a ser substituído por Merz, foi cauteloso nesta sexta-feira ao falar sobre uma possível proibição da AfD. “Acho que esse é um assunto que não deve ser apressado. Afinal, uma das coisas com as quais temos de lidar como cidadãos e políticos é o fato de que o Tribunal Constitucional rejeitou todos os pedidos recentes de proibição”, lembrou.

A classificação da AfD em sua totalidade como um caso confirmado de extremismo foi elaborada pelo Escritório Federal para a Proteção da Constituição “de forma muito meticulosa, em muitas páginas de texto, fundamentada em detalhes com fontes acessíveis ao público, para que possa ser examinada em detalhes”, enfatizou o chanceler. Scholz acrescentou que essa categorização deve agora ser seguida por um debate político e pela questão das consequências jurídicas.

Em termos gerais, Scholz advertiu contra o populismo de direita, que, segundo ele, “não é um fenômeno exclusivo da Alemanha”, e destacou que as mudanças levam algumas pessoas a quererem restaurar o mundo do passado. “Isso é algo que temos que levar muito a sério”, alertou.

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