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Disputa

África do Sul faz operação em centro dos EUA para refugiados brancos e governo Trump reage: “Inaceitável”

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, durante a cúpula do G20 em Joanesburgo, em novembro (Foto: THOMAS MUKOYA/EFE/EPA)

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O Ministério do Interior da África do Sul divulgou que realizou na terça-feira (16) uma operação em um centro dos Estados Unidos para refugiados brancos em Joanesburgo.

De acordo com informações da agência Associated Press, a pasta informou que sete quenianos que trabalhavam no local foram presos. Eles receberam ordens de deportação e foram proibidos de entrar na África do Sul por um período de cinco anos.

O centro processa pedidos de sul-africanos brancos para obter status de refugiados nos Estados Unidos, como parte de um programa criado este ano pelo presidente Donald Trump.

O Ministério do Interior da África do Sul afirmou que nenhum funcionário americano foi preso na operação e que os quenianos presos estavam no país com vistos de turista, o que não lhes permitia trabalhar no país.

A pasta afirmou que o funcionamento do centro para refugiados “levanta sérias questões sobre intenções e protocolo diplomático” e que iniciou “diálogos diplomáticos formais com os Estados Unidos e o Quênia para resolver esta questão”.

De acordo com a AP, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tommy Pigott, afirmou que “interferir em nossas operações com refugiados é inaceitável” e que Washington está buscando “esclarecimentos imediatos do governo sul-africano e espera total cooperação e responsabilização”.

Os quenianos que trabalhavam no local eram funcionários de uma empresa terceirizada sediada no Quênia, a RSC Africa, que foi contratada para fazer o processamento dos pedidos de refúgio de sul-africanos brancos.

O Ministério do Interior da África do Sul alegou que os quenianos seguiam trabalhando no centro para refugiados “apesar de pedidos anteriores de visto para cidadãos quenianos realizarem esse trabalho terem sido legalmente negados”.

A gestão Trump alega que a África do Sul persegue brancos, o que é negado pelo governo sul-africano. Devido a essas alegações, Trump cortou a ajuda financeira à África do Sul e criou um programa de refúgio para acolher brancos sul-africanos, por meio do qual cerca de 400 pessoas foram transferidas para os EUA até o início de novembro.

No mês passado, o governo Trump anunciou que, no ano fiscal que começou em 1º de outubro, restringirá o número de refugiados admitidos nos Estados Unidos a até 7,5 mil beneficiados (no período 2024-2025, o limite foi 125 mil, cota estabelecida pelo antecessor Joe Biden) e será dada prioridade a sul-africanos brancos.

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