Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Invasão

Africanos se lançam contra cerca de arame farpado

Dezenas de imigrantes ilegais ficam feridas ao tentar entrar em território espanhol no norte da África

Cerca de 500 imigrantes africanos avançaram nesta quarta-feira em direção a uma cerca de arame farpado no enclave espanhol de Melilla, no norte da África, e muitos dos 100 que conseguiram passar ficaram feridos, disse a polícia.

A ação foi a mais recente invasão a partir do Marrocos para Melilla ou para o outro território da Espanha, Ceuta, que são as únicas fronteiras terrestres da União Européia com a África.

Cinco pessoas morreram na semana passada em uma tentativa parecida de usar a força para entrar em Ceuta. Relatos da mídia disseram que todas foram mortas a tiros, mas não está claro quem disparou.

Um policial também ficou levemente ferido nesta quarta-feira na invasão à cerca, que tem entre três e seis metros de altura, mas a polícia não deu mais detalhes.

Cerca de 60 jovens africanos, com as mãos e as roupas cortadas pelo arame, esperavam na frente da delegacia de polícia de Melilla, com a esperança de não serem fichados e mandados de volta para o Marrocos.

Diversos jovens africanos, confusos e com as roupas ensanguentadas e alguns sem sapatos entraram cambaleando em ambulâncias na delegacia.

O hospital militar da cidade estava tratando de 39 pessoas por cortes e arranhões, disse uma autoridade.

Foi a segunda tentativa nesta semana de entrada forçada de um grande grupo em Melilla.

A tática relativamente nova está provocando preocupação na Espanha, que na semana passada mandou tropas para reforçar a segurança.

O governo contratou uma empresa para construir uma nova cerca ao redor de Ceuta e Melilla o mais rapidamente possível, afirmou o jornal "El Pais" nesta quarta-feira. Será um "labirinto de metal", de acordo com a reportagem.

A União Européia disse nesta terça-feira que está disposta a mandar especialistas ao Marrocos para ajudar a resolver a crise de imigração.

Centenas de africanos vivem nas florestas do lado marroquino da fronteira de 10 quilômetros esperando para tentar pular a cerca. Alguns passaram meses ou anos viajando pela África.

A Espanha não tem acordos de repatriação com a maioria dos países africanos, então não pode mandar os imigrantes de volta. Quando eles conseguem passar a cerca, muitos são transferidos para o país.

Na segunda-feira, cerca de 650 pessoas tentaram passar a cerca de Melilla e aproximadamente 350 conseguiram quando ela cedeu.

A Espanha detém o controle de Melilla e Ceuta desde o século XV, mas o Marrocos reivindica as regiões.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.