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Diplomacia

Agência chinesa rebate comentário de Hillary em viagem à África

Falando do Senegal no início da semana, Hillary não identificou a China, mas disse que os EUA queriam uma "parceria que agregasse valor, ao invés de extraí-lo",

A secretária de Estado americana faz discurso na universidade de Dacar, no Senegal | Reuters/Jacquelyn Martin
A secretária de Estado americana faz discurso na universidade de Dacar, no Senegal (Foto: Reuters/Jacquelyn Martin)

A agência de notícias estatal chinesa Xinhua respondeu, nesta sexta-feira (3), as insinuações feitas pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, de que o governo chinês está apenas interessado na África por seus recursos naturais, acrescentando mais uma camada de tensão aos laços já estremecidos entre China e EUA.

Falando do Senegal no início da semana, Hillary não identificou a China, mas disse que os EUA queriam uma "parceria que agregasse valor, ao invés de extraí-lo", afirmando ainda que os tempos em que estrangeiros levam a riqueza da África para si devem acabar.

A agência chinesa respondeu aos comentários de Hillary, dizendo que sua viagem à África era uma "trama para semear a discórdia entre a China e a África".

"Se Clinton estava ignorante dos fatos sobre o assunto ou escolheu não considerá-los, a sua insinuação de que a China tem extraído a riqueza da África para si é completamente desprovida de verdade", escreveu em um comentário em inglês.

"Ironicamente, foram as potências coloniais ocidentais que eram exatamente estes chamados estrangeiros, que, nas palavras de Clinton, vieram e extraíram a riqueza da África para si próprios, deixando nada ou muito pouco para trás."

A viagem de Hillary é parcialmente focada em promover laços políticos e de comércio com as nações africanas como uma alternativa à China, cuja influência tem crescido rapidamente à medida que o governo chinês esforça-se para ganhar o acesso aos ricos depósitos de minérios, madeira e petróleo do continente.

O presidente chinês, Hu Jintao, ofereceu no mês passado US$ 20 bilhões em empréstimos para países africanos nos próximos três anos, alavancando uma relação que tem sido criticada pelo Ocidente e tem dado à China crescente influência no continente rico em recursos naturais.

"Assim como comentaristas por todo o mundo apontaram, a viagem está focada pelo menos em parte em tirar o crédito do engajamento da China com o continente e deter a influência da China lá. Seus comentários traíram a tentativa de colocar uma barreira entre a China e a África para os ganhos egoístas dos EUA", escreveu a agência.

Embora estes comentários não são declarações oficiais, podem ser lidas como uma reflexo do governo chinês que está pensando sobre questões importantes.

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