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Agentes federais americanos estão apelando para a ajuda dos piratas da informática para combater o crime e o terrorismo, em mais uma batalha da guerra entre a privacidade e a segurança pública na Internet.

A Agência de Segurança Nacional (NSA), o Departamento da Defesa e o FBI estão entre as agências policiais, de espionagem e militares representadas na DefCon, um encontro internacional de piratas da informática em Las Vegas.

Os "hackers" e especialistas em segurança virtual eram maioria entre as mais de 6 mil pessoas que participaram da conferência de três dias, encerrada no domingo, segundo o fundador Jeff "Dark Tangent" Moss.

O evento também arrecadará dinheiro para a Fundação pela Liberdade Eletrônica (Electronic Freedom Foundation), grupo legal sem fins lucrativos que defende os direitos na rede e a privacidade, tão apreciados pelos "hackers".

Advogados da fundação lideram uma demanda que acusa a NSA de vasculhar ilegalmente correios eletrônicos e ligações telefônicas.

Tony Sager, da NSA, disse na DefCon que a agência está compartilhando cada vez mais informações com o público, na esperança de que os gênios dos computadores, estejam onde estiverem, tornem-se aliados na luta pela cibersegurança.

"Não sei se poderei convencê-los a confiar em mim", disse Sager à AFP.

Combater o crime e o terrorismo no século XXI requer os serviços das mentes mais brilhantes do mundo virtual e eletrônico, mas na maioria das vezes essas pessoas se recusam a trabalhar para o governo, mais interessadas nos altos salários pagos por empresas privadas que buscam segurança para seus sistemas, segundo agentes federais que participam da DefCon.

Apesar da convivência pacífica entre piratas da informática e agentes federais na DefCon, muitos disseram que a privacidade na Internet gera preocupações com a segurança pública.

"O equilíbrio entre segurança pública e privada é seriamente afetado, quando passa a ser possível seguir pistas e pessoas na Internet", afirmou o "hacker" Len Sassaman, membro de uma equipe da K.U. Leuven University, na Bélgica, que está criando um sistema anônimo de correio eletrônico.

"Não creio que a Polícia deva ter o poder de apertar um botão e escutar quem quiser", declarou. "Acredito que a necessidade de privacidade é fundamental para uma democracia que funcione".

Agentes federais na DefCon informaram que sua "lista de objetivos" inclui poder identificar os responsáveis por cada coisa que circula na Internet.

"A NSA passou décadas tentando fazer as coisas sozinha e isso não funcionou", opinou o "hacker" Roger Dingledine. "Fico feliz que tenham se dado conta de que outras pessoas podem ajudar".

Sager admitiu, no entanto, que não tem certeza a respeito da melhor maneira de resolver o conflito entre segurança pública e privacidade na Internet.

"Estamos em uma época, na qual tudo é muito volátil; a guerra contra o terrorismo e a perda de informação pessoal. Não tenho certeza quanto à existência de um caminho lógico agora que satisfaça a maioria da população".

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