
Washington - Cinco dias após o anúncio feito pelo presidente Barack Obama, a rede terrorista Al-Qaeda confirmou ontem a morte de seu líder, Osama bin Laden, e prometeu novos ataques contra os Estados Unidos e seus aliados.
A mensagem de 11 parágrafos, publicada em sites islamitas na internet e assinada pelo "comando geral da Al-Qaeda, é o primeiro pronunciamento do grupo desde a operação que matou Bin Laden no Paquistão.
Embora sua autenticidade não tenha sido comprovada por meios independentes, a mensagem foi atribuída à Al-Qaeda pelo Grupo de Inteligência SITE, um órgão especializado no monitoramento de extremistas islâmicos.
O conteúdo é uma mistura de ameaças e exaltações ao líder e conclama os paquistaneses a se rebelar contra o seu governo pelas relações do país com os EUA.
A longa declaração data de 3 de maio, dois dias após a morte de Bin Laden ter sido anunciada, mas segundo o SITE, só foi publicada ontem.
Ela reitera que a morte de Bin Laden não significa o fim da Al- Qaeda e que o sangue de seu líder "não foi derramado em vão. "Ele permanecerá, com a permissão de Deus todo-poderoso, uma maldição que persegue os norte-americanos e seus agentes, e vai atrás deles dentro e fora de seus países, afirma a rede.
A confirmação da morte de Bin Laden pela rede terrorista criada e liderada por ele durante os últimos 20 anos pode servir para esvaziar as teorias conspiratórias de que o líder da Al-Qaeda não morreu, reforçadas após a decisão da Casa Branca de não divulgar fotos do cadáver.
A admissão da morte pela Al-Qaeda também abre caminho à sucessão de Bin Laden. O egípcio Ayman al Zawahiri é considerado o sucessor natural. A declaração alerta ainda os norte-americanos a não expor o corpo de Bin Laden a "tratamento indecente. Segundo os EUA, o corpo do líder terrorista foi lançado no mar.
Protestos
Milhares de pessoas saíram em passeatas por várias partes do mundo para homenagear Bin Laden, e protestar contra os EUA.
Em Quetta, no Paquistão, uma manifestação foi organizada pelo Jamiat Ulema e Islam (JUI) partido político ideologicamente ligado ao Taleban. Aos gritos de "vida longa a Osama", uma bandeira norte-americana foi queimada.
Em Manila, ao menos uma centena de muçulmanos filipinos protestaram contra a morte de Bin Laden. Aos gritos de "Alá é o maior", em árabe, os manifestantes partiram em direção às imediações da embaixada americana após a reza das sextas-feiras. Um cordão policial impediu a passagem do grupo.
Nesta semana, as Filipinas reforçaram a segurança nos pontos mais movimentados da capital e ao sul do país, onde opera a guerrilha muçulmana e o grupo terrorista Abu Sayyaf, vinculado à Jemaah Islamiyah, o braço da Al-Qaeda no sudeste asiático.



