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Al-Qaeda assume ataque frustrado

Tentativa de explodir avião americano seria represália à repressão a extremistas no Iêmen, diz comunicado

O nigeriano Abdul Mutallab teria cúmplice indiano | Reuters
O nigeriano Abdul Mutallab teria cúmplice indiano (Foto: Reuters)
Conheça equipamentos de segurança que poderão ser usados em aeroportos |

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Conheça equipamentos de segurança que poderão ser usados em aeroportos

A Al-Qaeda na península Árabe, um dos braços da organização terrorista liderada por Osama bin Laden, assumiu ontem a responsabilidade pela tentativa de ataque em voo americano cujo au­­tor, segundo o FBI, é Umar Farouk Abdulmutallab, de 23 anos. O nigeriano foi acusado pela polícia de tentar se explodir em avião que se preparava para aterrissar em Detroit, na última sexta.

A declaração do grupo apareceu em fóruns extremistas, segundo o site Intelligence Group, que monitora sites de militantes islâmicos. No texto, o grupo cumprimenta o "irmão nigeriano aspirante a mártir" por ter sido bem-sucedido ao romper as barreiras de segurança de aeroportos trazendo consigo o que a polícia federal norte-americana diz ser um alto explosivo, cujos componente e detonador estariam parte costurados em sua cueca e parte amarrados ao corpo.

A explosão só não foi efetivada por uma "falha técnica", diz a AQAP, sigla em inglês pela qual o grupo é conhecido, que afirma ter dado o explosivo para Abdulmutallab. Segundo o texto, o atentado é retaliação a ataques aéreos que os extremistas sofreram no Iêmen, no Oriente Médio, onde se suspeita que o nigeriano tenha radicalizado suas visões religiosas. Um dos ataques ocorreu no dia anterior ao embarque do acusado.

Embora não oficialmente confirmada pela Casa Branca, a ofensiva faz parte de iniciativa recente dos EUA de ajudar o go­­verno local a combater os extremistas, que nos últimos anos vêm se instalando no país, vindos do Afeganistão e do Paquistão. A AQAP já comandou ataques no Iêmen e na Arábia Saudita e, em 2004, capturou e degolou um engenheiro norte-americano baseado em Riad.

Os desdobramentos da tentativa de ataque terrorista levaram Barack Obama a fazer um pronunciamento público sobre o assunto. "Não vamos descansar até que todos os envolvidos sejam responsabilizados", disse. "Essa foi uma lembrança grave dos perigos que enfrentamos e da natureza daqueles que ameaçam nosso território."

No discurso, o democrata confirmou que pedira uma "revisão abrangente" do sistema de listas de suspeitos de terrorismo e da tecnologia de revista em aeroportos e avisou que os EUA manteriam "pressão sobre aqueles que querem atacar nosso país." Em férias de fim de ano no Havaí, o democrata e sua equipe tinham tentado diminuir a importância do caso nas primeiras horas.

A secretária de Segurança Doméstica, Janet Napolitano, e o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, chegaram mesmo a dizer em entrevistas no domingo que o sistema de segurança do país funcionara. Ontem, voltaram atrás. "Nosso sistema não funcionou nesse caso", disse Napolitano. "Ninguém está feliz ou satisfeito com isso e uma revisão abrangente está em andamento."

Segundo o FBI, Abdulmutallab embarcou com o mesmo tipo de explosivo e modo de operação semelhante ao daquele que ficou conhecido como o "terrorista do sapato", que tentou se explodir em dezembro de 2001 durante voo Paris-Miami.

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