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Milhares de soldados norte-americanos realizavam buscas no domingo, no Iraque, depois de três militares dos EUA terem desaparecido em meio a uma emboscada na qual a Al Qaeda afirmou haver capturado membros das forças dos "cruzados."

No mesmo dia, em uma cidade curda do norte do país, um atentado suicida matou 50 pessoas.

O grupo Estado Islâmico no Iraque, liderado pela Al Qaeda, disse em um comunicado divulgado pela internet que está mantendo como prisioneiros soldados que tinham sobrevivido à emboscada realizada no sul de Bagdá e na qual, segundo os EUA, quatro militares norte-americanos e um tradutor iraquiano foram mortos.

O ataque e o atentado com um caminhão-bomba aconteceram no momento em que o presidente dos EUA, George W. Bush, envia mais 30 mil soldados ao Iraque. O envio vem sendo descrito como o último esforço para evitar que o país mergulhe em uma guerra civil total, na qual se enfrentariam a maioria xiita e a minoria sunita.

Em junho passado, a Al Qaeda sequestrou dois soldados dos EUA na mesma área onde uma patrulha formada por sete militares e um intérprete acabou sofrendo uma emboscada no sábado. Os corpos dos dois, bastante mutilados, foram encontrados dias depois.

O Irã e os EUA, que realizam um processo cauteloso de reaproximação diplomática, afirmaram que manteriam negociações em Bagdá para discutir formas de estabilizar o Iraque.

O governo norte-americano afirmou que autoridades dos dois países se reuniriam nas próximas semanas. O embaixador dos EUA no Iraque, Ryan Crocker, deve liderar a equipe norte-americana.

São raras as negociações entre o Irã, um país xiita e os EUA, que acusam o governo iraniano de armar e treinar milícias xiitas presentes no Iraque. Os dois países, em conflito devido ao programa nuclear do Irã, romperam relações diplomáticas há mais de 25 anos. O país islâmico contesta as acusações de que alimentaria a violência no Iraque.

Em Bagdá, um carro-bomba matou 12 pessoas em um mercado bastante movimentado de uma área de maioria xiita, afirmou a polícia.

A violência aprofundou-se no país depois de um santuário xiita da cidade de Samarra ter sido atacado, em 2006.

Curdos temem violência

Enquanto soldados liderados pelos EUA vasculhavam, com o apoio de helicópteros e aviões, a região da emboscada, conhecida como "Triângulo da Morte," um caminhão-bomba matou 50 pessoas e deixou outras 70 feridas na cidade de Makhmour, norte, afirmou um dirigente dessa região.

Esse foi o segundo ataque contra áreas curdas do Iraque em quatro dias.

Makhmour fica a poucos quilômetros da região autônoma dos curdos iraquianos. Em um futuro acordo, os curdos desejam a inclusão dessa cidade em sua região.

Um caminhão-bomba detonado na quarta-feira na cidade de Arbil, capital do Curdistão, matou 15 pessoas e deixou mais de cem feridas. A Al Qaeda reivindicou a autoria desse ataque, responsável por alimentar temores de que a região curda, por enquanto relativamente calma, seja tragada pela violência.

Em um comunicado, o Estado Islâmico no Iraque assumiu a responsabilidade pelo ataque contra a patrulha norte-americana, mas não ofereceu provas para corroborar essa afirmativa.

"Deus permitiu que nossos irmãos do Estado Islâmico no Iraque entrassem em choque, no sábado, com uma patrulha dos cruzados na área de Mahmudiya, na região ao sul de Bagdá," disse.

"Alguns deles foram capturados e alguns deles foram mortos," afirmou. "Divulgaremos todos os detalhes dessa abençoada operação assim que esses detalhes estiverem disponíveis."

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