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O presidente argentino, Alberto Fernández, ao lado da vice Cristina Kirchner, após o tradicional discurso de abertura das sessões do Congresso do país, em março deste ano
O presidente argentino, Alberto Fernández, ao lado da vice Cristina Kirchner, após o tradicional discurso de abertura das sessões do Congresso do país, em março deste ano| Foto: EFE/Natacha Pisarenko

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, negou neste sábado (9) que tenha divergências “substanciais” com a vice-presidente do país, Cristina Kirchner, após várias semanas de tensão no partido governista devido às discrepâncias públicas entre ambos.

“Há um momento em que percebemos que temos um denominador comum que nos une: posso ter diferenças com Cristina, mas não substanciais. Ela representa os mesmos interesses que eu. Posso ter diferenças sobre como implementar uma medida ou outra, mas não no substancial”, declarou o mandatário ao canal C5N.

Durante a entrevista, Fernández citou vários pontos que compartilha com a vice, como a discussão sobre os programas de ajudas sociais, que marcou um atrito entre ambos no último mês.

“As preocupações dela sobre os planos sociais são as de todos nós. O que a Argentina necessita é consolidar trabalho, não continuar promovendo o auxílio social, que é necessário. Acho que muitas dessas coisas posso compartilhar, nunca tive uma enorme diferença substancial com Cristina”, ressaltou.

O mandatário, que viajou para San Miguel de Tucumán, no norte, por causa do Dia da Independência, defendeu neste sábado a “unidade” do governo, enquanto criticou os que “espalham desânimo” sobre o rumo do país.

“A luta sempre foi a mesma: quando um governo popular combate os interesses econômicos de dentro e fora, para defender a distribuição da riqueza e a alegria do povo, chegam todas as forças políticas, midiáticas e empresariais para torcer o nosso braço e nos desunir. Não vão conseguir”, expressou durante um ato oficial.

As disputas na coalizão governista Frente de Todos começaram após a derrota nas eleições legislativas de novembro do ano passado, mas aumentaram após a assinatura de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para refinanciar um empréstimo de mais de US$ 40 bilhões.

O programa econômico acordado com o FMI, que contempla, entre outros pontos, uma redução do déficit fiscal, foi muito criticado pelo kirchnerismo, a ala do peronismo liderada pela vice-presidente.

Na última segunda-feira (4), Fernández deu posse à nova ministra da Economia do país, Silvina Batakis, substituta de Martín Guzmán, que renunciou ao cargo dias antes. O nome da nova ministra foi uma imposição de Kirchner, que vinha criticando a política econômica de Guzmán, especialmente as propostas de redução de gastos públicos e subsídios.

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