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Pessoas caminham em frente a estação ferroviária em Buenos Aires, 24 de agosto
Pessoas caminham em frente a estação ferroviária em Buenos Aires, 24 de agosto| Foto: EFE/ Juan Ignacio Roncoroni

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, reacendeu a ideia de que Buenos Aires deveria deixar de ser a capital do país, passando o posto para outra cidade, a fim de reduzir as fortes desigualdades no desenvolvimento territorial.

"Todos os dias penso se a capital da Argentina não deveria estar em um lugar diferente de Buenos Aires, para dar a ela todo o potencial que uma cidade capital gera em qualquer país", disse o mandatário em evento na cidade de Monteros, na província nortista de Tucumán.

"Não seria a hora de começarmos a aceitar estes desafios e a pensar em como fazer isso enquanto sociedade?", acrescentou Fernández durante uma reunião de gabinete como parte do programa "Capitais Alternativas", que tem realizado desde o início do mandato para realizar reuniões executivas fora de Buenos Aires.

Ideia não é inédita

Esta não é a primeira vez que surge a ideia de mudar a capital de Buenos Aires para outra cidade. Em 2014, o deputado opositor Alberto Asseff apresentou um projeto de lei para transferir a sede do Executivo para Rio Cuarto, na província de Córdoba, e o Parlamento e a Auditoria Geral da Nação para a província de Santa Fé.

Meses antes, o então presidente da Câmara dos Deputados, o governista Julián Domínguez - agora ministro da Agricultura, Pecuária e Pescas - propôs a mudança da capital para Santiago del Estero.

Mas, sem dúvida, a iniciativa mais comentada veio em 1986, quando o então presidente, Raúl Alfonsín, promoveu um projeto de descentralização do poder político e econômico que tentou deslocar a capital para a cidade de Viedma (a cerca de 800 quilômetros de Buenos Aires), iniciativa que acabou não avançando.

"Uma Argentina mais justa"

Segundo Alberto Fernández, para o seu governo, "federalismo" não é "um discurso", mas "um apelo para o desenvolvimento integral da Argentina".

"E também sabemos que existem assimetrias. É evidente que no centro do país existe a riqueza do campo que nos permite exportar tudo o que exportamos e produzir tudo o que produzimos, mas no resto do país existem outras riquezas que devemos dar o impulso necessário para que cada província e lugar se torne uma parte forte da Argentina, ou seja, o federalismo, para pensar na Argentina como um todo", observou.

O presidente peronista afirmou que com o seu programa "Capitais Alternativas" já tinha promovido a ideia de "sair de Buenos Aires, ir e ouvir, ir e ver".

"Primeiro, o que temos de conseguir é colocar na cabeça de cada argentino que podemos fazer uma Argentina mais justa, com mais equilíbrio, mais equitativa, que não estejamos condenados a esta desigualdade em que vivemos hoje, que possamos inverter a situação e que depende de nós", frisou.

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