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Alemanha acusa ativistas climáticos de usar arrecadações para financiar crimes

Alemanha acusa ativistas climáticos de usar arrecadações para financiar crimes
Bandeiras da União Europeia e da Alemanha em frente ao Palácio do Reichstag, em Berlim, sede do Bundestag, o Parlamento alemão (Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHER NEUNDORF)

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Cinco ativistas climáticos foram acusados pela Promotoria da Alemanha nesta segunda-feira (24) de utilizarem dinheiro arrecadado com doações para financiar atividades criminosas. A acusação formal foi apresentada pela Procuradoria Geral de Munique à Justiça da Baviera, que investiga os envolvidos por formarem uma organização criminosa dentro do extinto movimento ambientalista "Última Geração".

Segundo a Promotoria, os integrantes do grupo teriam levantado cerca de 1,4 milhão de euros por meio de campanhas de doação, recursos que teriam sido direcionados principalmente à prática de delitos tipificados no Código Penal do país. Além disso, dois dos acusados são investigados por terem tentado sabotar um oleoduto entre o porto de Trieste, na Itália, e a cidade de Ingolstadt, na Alemanha – uma infraestrutura considerada crítica para o país.

A acusação, registrada no último dia 28 de fevereiro, conta com 149 páginas e atinge nomes de destaque do movimento ambientalista, como Carla Hinrichs, Wolfgang Metzeler-Kick, Christian Bläul, Ingo Blechschmidt e Imke Bludszuweit - esta última identificada como parte da liderança central do grupo.

As investigações relacionadas ao grupo ganharam força após operações de busca e apreensão realizadas em maio de 2023, realizadas em diversos estados federais alemães. Na ocasião, as autoridades recolheram documentos e informações que apontaram para o uso indevido de fundos arrecadados pelo movimento em ações ilegais.

O movimento "Última Geração", que foi desfeito em fevereiro, reagiu à acusação com um comunicado oficial, alegando perseguição política.

"Em um momento em que a crise climática se agrava e um fascismo renovado pode obscurecer nosso mundo, a acusação deve ser vista como um ataque ao compromisso da sociedade civil como pilar da democracia", declarou o grupo.

Ainda segundo o comunicado, os acusados estariam sendo penalizados “por seu compromisso pacífico” com a causa climática. O grupo também questionou os critérios usados pelas autoridades para selecionar os cinco ativistas mencionados no processo: “Não está claro que critérios se utilizaram para selecionar precisamente essas cinco pessoas”.

No ano passado, o movimento ambientalista tinha anunciado o abandono das ações que envolviam bloqueios de trânsito por meio de colagem de manifestantes no asfalto – tática que gerou forte rejeição da população. Em fevereiro deste ano, o grupo foi oficialmente dissolvido, dando origem a duas novas frentes: a “Nova Geração” e o “Coletivo de Resistência”.

Segundo a revista alemã Der Spiegel, a mudança estratégica e a formalização do fim do grupo pesaram na decisão da promotoria de apresentar as acusações agora, já que o encerramento oficial das atividades limita o período no qual o Ministério Público pode enquadrar o movimento como uma organização criminosa.

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