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O novo ministro do Interior da Alemanha, Alexander Dobrindt, anunciou nesta quarta-feira (7) que o país vai rejeitar solicitantes de asilo em suas fronteiras terrestres, como parte da determinação do governo de reduzir o número de chegadas irregulares de migrantes e pedidos de asilo.
O político informou a jornalistas sobre a anulação por escrito de uma instrução verbal, que data de 2015, ao chefe da Polícia Federal para que não recusasse solicitantes de asilo. A intenção é que a polícia agora “seja capaz de realizar tais recusas”.
Essas rejeições se somam ao aumento das recusas, nas fronteiras, de migrantes que tentam entrar na Alemanha de forma ilegal.
Dobrindt, do partido de centro-direita União Social Cristã (CSU), afirmou que “os números da migração irregular ainda são muito altos” e, por esse motivo, “a República Federal da Alemanha tomará decisões para reduzir os números da migração irregular e dos pedidos de asilo”.
O ministro do Interior explicou que o país não o fará “sobrecarregando” seus vizinhos, pois não fechará suas fronteiras.
“Mas vamos controlá-las com mais rigor, e esse controle mais rigoroso das fronteiras também levará a um número maior de recusas”, disse Dobrindt.
A Alemanha tem cerca de 3,8 mil quilômetros de fronteiras com nove países, onde 11 mil policiais estão mobilizados, um número que pode aumentar para 14 mil com as medidas de Dobrindt, de acordo com o jornal Bild.
O país iniciou os controles nas fronteiras com a Polônia, a República Tcheca e a Áustria em outubro de 2023 e os estendeu a todas as fronteiras nacionais em setembro de 2024.
“Aumentaremos passo a passo esse número maior de rejeições e controles de fronteira mais rígidos. Passo a passo, vamos nos certificar de que mais policiais estejam posicionados nas fronteiras e possam realizar essas rejeições”, disse.
O ministro alemão enfatizou que, para o novo governo, “é crucial” que os “grupos vulneráveis sejam protegidos”.
“Continuamos a oferecer proteção especial e garantiremos que esses grupos vulneráveis continuem a não ser rejeitados em nossas fronteiras”, prometeu Dobrindt.
O ministro do Interior referiu-se a “crianças, mulheres grávidas e outros grupos vulneráveis”.
Dobrindt enfatizou que já está em contato com alguns dos vizinhos da Alemanha e explicou que o novo governo alemão pretende fazer uso do Artigo 18 da Lei de Asilo, junto dos acordos bilaterais do país com seus vizinhos e do Artigo 72 do Tratado sobre o Funcionamento da UE.
Esse artigo afirma que os países-membros mantêm a capacidade de tomar decisões importantes para manter a ordem pública e a segurança interna.
Dobrindt reconheceu que os números de migrantes em situação irregular têm diminuído com algumas medidas tomadas, mas o governo “ainda os considera muito altos".
O chefe da Polícia Federal alemã, Dieter Romann, explicou ao lado do ministro que desde setembro de 2024 “houve sucessos surpreendentes”, com 34 mil tentativas ilegais de entrada registradas até terça-feira, das quais 23 mil foram rejeitadas ou devolvidas.
