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A Alemanha negou neste sábado (5) que documentos confidenciais de uma comissão parlamentar que investiga a espionagem feita pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) tenham sido vazados pelo espião detido no país sob suspeita de trabalhar para o governo americano. A declaração foi feita por Patrick Sensburg, presidente da comissão.

Acredita-se que o espião, que tem 31 anos e fazia parte do serviço secreto alemão (BND), tenha repassado mais de 200 documentos aos EUA em troca de 25 mil euros. Ele foi detido na última quarta (2).

Na sexta (4), a A Alemanha convocou o embaixador dos Estados Unidos em Berlim, John Emerson, para prestar esclarecimentos sobre o assunto.

O homem, cuja identidade não foi divulgada, foi preso na quarta-feira (2) inicialmente sob suspeita de passar informações para a Rússia.

O jornal alemão "Bild" afirma que o suspeito trabalha como agente duplo há dois anos e que roubou 218 documentos confidenciais. O homem teria oferecido as informações à embaixada dos EUA em Berlim em 2012 em troca de 25 mil euros.

A chanceler alemã, Angela Merkel, foi informada da prisão na quinta (3), segundo o porta-voz Steffen Seibert. "O governo alemão vai esperar os resultados da investigação. Não há dúvida de que se trata de uma questão grave", disse em coletiva de imprensa nesta sexta.

A Procuradoria-Geral alemã não confirmou as denúncias da mídia, dizendo apenas que o homem foi preso suspeito de espionar para outro país. A Embaixada dos EUA em Berlim, o Departamento de Estado americano e a Casa Branca não comentaram o caso.

Seibert disse ainda que Merkel falou com o presidente americano, Barack Obama, por telefone na quinta, mas não deu detalhes sobre a ligação.

O tema da espionagem causou mal-estar entre os aliados quando os documentos vazados pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden revelaram, em outubro de 2013, que a agência americana grampeou o celular de Merkel.

Investigação

O comitê de investigação do Parlamento alemão sobre a NSA, formado por nove pessoas, tem reuniões confidenciais.

Na quinta, os parlamentares ouviram os primeiros depoimentos da investigação, vindos de dois ex-funcionários da agência americana - William Binney e Thomas Drake.

Segundo o britânico "Guardian", Binney, ex-diretor técnico, disse que a NSA tinha uma "mentalidade totalitária" e representava a "maior ameaça" para a sociedade americana desde a guerra civil. Já Drake, que trabalhou na NSA entre 2001 e 2008, acusou os alemães de colaborar com a agência.

Também na quinta, um estudante foi o primeiro alemão -depois de Merkel- a ser identificado como alvo da espionagem da NSA, segundo jornais alemães. O computador de Sebastian Hahn teria sido espionado porque ele usava um programa de criptografia que permite ao usuário permanecer anônimo na internet, evitando a vigilância.

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