O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, afirmou na segunda-feira ser inconcebível que as seis potências responsáveis por uma proposta de incentivos para convencer o Irã a abrir mão do enriquecimento de urânio esperem outros dois meses por uma resposta.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse na semana passada que seu país responderia ao pacote até 22 de agosto. A declaração levou o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a acusar o país islâmico de protelar intencionalmente uma manifestação sobre o assunto.
- Eles estão com a oferta já há duas semanas - disse Steinmeier à Reuters, em uma entrevista concedida durante uma conferência do Partido Social Democrata (SPD) a respeito do desarmamento. - Espero que uma resposta saia em breve em Teerã. Não consigo imaginar que esperaríamos até 22 de agosto.
Um pacote de incentivos elaborado com o intuito de resolver o impasse com a república islâmica foi apresentado por seis potências mundiais - a Alemanha e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU): França, Grã-Bretanha, EUA, Rússia e China.
A oferta foi encaminhada em 6 de junho aos iranianos por Javier Solana, chefe da área de política externa da União Européia (UE). Os EUA pediram uma resposta do Irã até a cúpula de líderes do Grupo dos Oito (G8) marcada para acontecer entre os dias 15 e 17 de julho.
A Alemanha e outros países do Ocidente suspeitam que o governo iraniano esteja tentando desenvolver armas atômicas. O país islâmico diz que pretende dominar a tecnologia nuclear com o fim exclusivo de produzir energia.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, reuniu-se com Steinmeier no sábado, em Berlim. Depois disso, Mottaki disse haver "pontos obscuros" na oferta e que o Irã apresentaria suas dúvidas.
Segundo o ministro alemão, Solana esperava responder às perguntas dos iranianos ainda nesta semana.



