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Movimentos realizaram protestos com cartazes com alusões á xenofobia em Leipzig | JAN WOITAS/AFP
Movimentos realizaram protestos com cartazes com alusões á xenofobia em Leipzig| Foto: JAN WOITAS/AFP

As autoridades da Alemanha temem novos atos de violência xenófoba após a onda de agressões em Colônia na noite de ano-novo, cujos principais suspeitos são estrangeiros, segundo a polícia.

O caso provocou questionamentos sobre a política de portas abertas aos refugiados do governo de Angela Merkel, que nesta terça-feira (12) recebeu o primeiro-ministro argelino Abdelmalek Sellal.

Até o momento foram registradas mais de 500 denúncias, 40% por agressão sexual, relacionadas aos acontecimentos de 31 de dezembro. As agressões foram cometidas “quase exclusivamente” por pessoas “de origem imigrante”, principalmente do Magreb e de outros países árabes, afirmou Ralf Jäger, ministro do Interior do estado da Renania do Norte-Westfalia,

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“Entre os suspeitos também estão refugiados que chegaram no ano passado”, disse Jäger, antes de informar que 14 dos 19 suspeitos identificados são do Marrocos e da Argélia.

Em 2015, a Alemanha recebeu 1,1 milhão de demandantes de asilo, um número recorde.

Jäger afirmou que na noite de ano-novo, quase mil homens se reuniram diante da estação ferroviária de Colônia, onde aconteceram confrontos e foram cometidas agressões sexuais. A praça do local foi esvaziada, mas agressões continuaram, disse.

O ministro do Interior desta região advertiu, no entanto, para o risco de “estigmatizar” os estrangeiros, como deseja a extrema-direita.

No domingo, vários agressões foram registradas em Colônia contra paquistaneses, africanos e sírios, organizadas segundo a polícia nas redes sociais. “Vemos estes fatos e o ódio da extrema-direita com muita preocupação”, disse Jäger. O ministro chamou de “inaceitáveis” os erros da polícia, negou uma tentativa de ocultar informações e prometeu uma presença policial maior, assim como um número maior de câmeras de segurança.

Na Suécia, as autoridades revelaram na segunda-feira que esconderam agressões similares às registradas em Colônia, também atribuídas a estrangeiros, nas edições de 2014 e 2015 do festival We Are Sthlm, que reúne a cada ano em Estocolmo milhares de adolescentes.

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População preocupada

As declarações de Ralf Jäger encerraram a confusão inicial sobre o que aconteceu em Colônia, mas ainda há muitas perguntas sem respostas: As agressões foram planejadas? Por que a polícia não atuou?

O caso aumentou as dúvidas entre os alemães sobre se o país está preparado para receber mais de um milhão de refugiados, que em 2015 entraram no país depois que fugiram de conflitos e da fome na Síria, Iraque, Afeganistão e vários países do norte da África.

Segundo uma pesquisa do canal RTL, 57% dos alemães temem o aumento da criminalidade.

Na segunda-feira, milhares de pessoas compareceram a um protesto em Leipzig (leste) contra a chegada dos refugiados. A manifestação foi convocada pelo movimento xenófobo Pegida (Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente).

Os manifestantes, observados por um grande número de policiais, gritaram “Expulsar! Resistir!” e “Merkel deve sair”. A polícia teve que entrar em ação em um bairro considerado de esquerdas para dispersar militantes de extrema-direita que queimaram veículos e quebraram fachadas de lojas.

Colônia teve um protesto similar no fim de semana, que terminou com cenas de confrontos com a polícia.

Neste cenário e a menos de dois anos das próximas eleições, Angela Merkel deve anunciar no próximo fim de semana um novo procedimento para facilitar a expulsão de demandantes de asilo que cometem crimes, uma mudança de rumo na política para os refugiados.

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