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Muçulmanos oram durante o Ramadã em Islamabad, capital do Paquistão: lei rígida prevê pena de morte por blasfêmia, embora ninguém tenha sido executado ainda por esse motivo no país
Muçulmanos oram durante o Ramadã em Islamabad, capital do Paquistão: lei rígida prevê pena de morte por blasfêmia, embora ninguém tenha sido executado ainda por esse motivo no país| Foto: EFE/EPA/SOHAIL SHAHZAD

Um tribunal do Paquistão condenou três alunas de uma escola corânica, duas delas à pena de morte, pelo assassinato de uma professora a quem acusaram de blasfemar contra o profeta Maomé.

Razia Hanfi, que tinha 21 anos quando ocorreu o assassinato em 2022, e Umra Aman, 24, foram condenadas à morte na última segunda-feira (18) pelo crime, informou à Agência EFE um policial da cidade de Dera Ismail Khan, Muhammed Tufail.

Já Ayesha Naumani foi condenada à prisão perpétua, segundo Tufail, porque tinha 17 anos na época do crime.

As três, parentes e alunas da escola corânica Jamia Islamia Falahul Binaat desta cidade, localizada na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país, justificaram o assassinato com base no sonho de uma menina de 13 anos que viu a professora blasfemando contra o profeta Maomé.

As jovens espancaram a professora, identificada como Bibi, com pedaços de pau antes de lhe cortarem a garganta na porta principal do seminário islâmico e foram presas em 30 de março de 2022.

Todas as estudantes condenadas têm o direito de recorrer da sentença no Tribunal Superior e, em caso de rejeição, ainda podem apresentar a sua petição ao Supremo Tribunal.

Se o mais alto tribunal negar a petição, as três poderão ainda apresentar pedidos de clemência ao presidente do Paquistão.

O crime de blasfêmia foi estabelecido na era colonial britânica e endurecido pelo ditador Muhammad Zia-ul-Haq na década de 1980, prevendo pena de morte no Paquistão, embora ninguém jamais tenha sido executado por esse motivo.

Os críticos dizem que algumas pessoas abusam da lei da blasfêmia, muitas vezes para acertar contas pessoais.

Em fevereiro de 2021, uma multidão linchou um homem, que sua família afirmava ter problemas mentais, por supostamente ter queimado algumas páginas do Corão no leste do Paquistão.

Também em dezembro de 2021, um grupo executou e depois ateou fogo no corpo de um homem do Sri Lanka na cidade de Sialkot, no nordeste, por ter cometido blasfêmia.

Esse linchamento gerou a condenação de organizações internacionais e do governo do Sri Lanka.

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