
Alunos de todas as escolas afegãs estão em vigília neste sábado (13), rezando pela recuperação da estudante paquistanesa de 14 anos, Malala Yousufzai, baleada na cabeça na última terça-feira por talibãs, por defender o apoio para a educação das mulheres.
"Cerca de 9,5 milhões de estudantes das 15.500 escolas e centros educativos do país oram por sua recuperação antes do início das aulas", disse o porta-voz do Ministério da Educação, Amanulá Aman.
A jovem defensora dos direitos das meninas no Paquistão está em estado grave depois que a bala que estava alojada perto de sua medula foi retirada, na madrugada de quarta-feira.
O ministro da Educação afegão, Ghulam Faruq Wardak, também participou das homenagens a Malala em uma escola em Cabul.
Segundo Aman, o ministro assegurou que os estudantes afegãos fazem o mesmo caminho para a escola por onde Malala passava e se solidarizou com a dor de muitas estudantes que veem como os insurgentes atacam os censtros de ensino.
Durante o governo talibã (1996-2001), o ensino feminino era proibido, decisão respaldada por uma interpretação fundamentalista do Islã. Neste período as mulheres deviam se ocupar unicamente das tarefas domésticas e cobrir seus rostos.
A presença de tropas internacionais no Afeganistão não impediu ataques dos talibãs a professoras, diretoras de colégio ou centros de ensino, sendo o último exemplo o de Malala, que foi baleada no transporte escolar a caminho de casa, na zona de Swat, região norte do Paquistão. A jovem adquiriu notoriedade há três anos, quando foi revelada sua identidade por trás de um blog, que durante meses relatou as atrocidades cometidas por talibãs paquistaneses proibindo a educação de meninas sob seu controle.
De acordo com o jornal "Express Tribune", os médicos descartaram nas últimas horas que Malala sofra danos cerebrais e um porta-voz afirmou que as 48 horas seguintes à operação seriam fundamentais para a evolução de seu quadro.



