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| Foto: Ralph Freso/AFP

Os americanos foram às urnas em grande número nesta terça-feira para uma eleição presidencial histórica disputada entre o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton, que pode se tornar a primeira mulher eleita à Casa Branca. As longas filas ainda se estendiam ao longo do dia e pareciam que iam durar até o fim do horário eleitoral.

Esse dia encerra uma longa campanha marcada por um tom de violência sem precedentes. O resultado é esperado com ansiedade em todo o mundo, com dois candidatos com visões radicalmente opostas sobre o futuro da potência mundial.

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Em Nova York, no coração do distrito de Staten Island, de longe o mais republicano de Nova York, o centro de votação localizado na escola Thomas Dongan estava animado.

Katie Kope, uma jovem de 19 anos, votou pela primeira vez. “Eu estava realmente animada”. Ela exibe com orgulho o seu adesivo “I voted”. Ela se considera republicana, “exceto para as questões sociais”, e votou em Trump.

“Eu hesitei um pouco entre os dois candidatos, mas não confio em Hillary, e foi isso que fez pender a balança”, disse ela.

Os olhares estão especialmente voltados para alguns estados-chave que poderiam definir a eleição, em primeiro lugar a Flórida. “Chegou a hora de uma mulher vestir as calças”, brincou Leonor Perez, de 74 anos, após votar em Hillary Clinton, em Hialeah, perto de Miami.

Candidatos votam

A candidata democrata votou pouco depois das 8h em uma escola primária perto de sua casa de Chappaqua, no estado de Nova York. Depois de votar, Hillary cumprimentou alguns dos cerca de 150 simpatizantes que a esperaram por mais de uma hora nos arredores do centro eleitoral.

Donald Trump votou, por sua vez, por volta das 11h em uma escola pública perto da Trump Tower em Nova York, sob as vaias de alguns partidários de sua rival. Sua esposa Melania e sua filha Ivanka o acompanharam.

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Os dois candidatos devem conceder inúmeras entrevistas por telefone à rádio e à televisão ao longo do dia.

Cerca de 42 milhões de americanos, dos quase 225 milhões com direito a voto, já haviam votado de forma antecipada para evitar as filas.

Se Hillary ainda tem uma vantagem de alguns pontos nas pesquisas, Donald Trump ainda é capaz de vencer.

Hillary Clinton, de 69 anos, espera fazer história como a primeira mulher presidente dos Estados Unidos, depois de 44 presidentes, desde George Washington em 1789. Ela pretende dirigir o país dando continuidade ao trabalho do democrata Barack Obama.

Figura política há 25 anos, metade dos americanos não a apreciam, duvidando de sua honestidade. Casado com o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), foi, alternadamente, primeira-dama, senadora por Nova York e secretária de Estado de Barack Obama.

Disciplinada, ela conhece os problemas a serem enfrentados na ponta dos dedos, mas a sua personalidade causa pouco entusiasmo.

Donald Trump, 70 anos, considerado o outsider da política, espera surpreender como um “Brexit de potência número três”, referência à decisão britânica de deixar a União Europeia.

Grande crítico da elite política, que segundo ele “sangrou o país”, Trump, imprevisível e confuso, nunca ocupou qualquer cargo eletivo. Ele se apresentou como o homem da mudança frente a suposta corrupção das elites e como a voz dos esquecidos, a quem ele prometeu “devolver a grandeza americana”.

Ainda mais impopular do que sua oponente, o bilionário ex-apresentador de um reality show, “The Apprentice”, muitas vezes abrupto, tem capitalizado sobre a raiva e as frustrações de uma classe média branca preocupada com um mundo em mudança.

Repercussão

A campanha foi longa e difícil: 82% dos americanos estão desgostosos, de acordo com uma pesquisa recente. E, no exterior, ela foi muitas vezes acompanhada com preocupação. O presidente francês, François Hollande, disse nesta terça-feira que estava “confiante de que o povo americano” fará uma escolha de acordo com os seus “valores”.

Trump persegue Hillary de perto em vários estados-chave onde a eleição será definida. Ela lidera com 3,3 pontos, segundo a média das últimas pesquisas nacionais (45,3% contra 42% para seu rival).

Os americanos também votam nesta terça para renovar 34 das 100 cadeiras do Senado em Washington, e 435 cadeiras na Câmara dos Representantes. Os democratas esperam recuperar o Senado, atualmente dominado, como a Câmara, pelos republicanos.

Doze dos 50 estados também elegem novos governadores e opinam em dezenas de referendos locais sobre questões que vão desde a legalização da maconha até a abolição da pena de morte em trinta estados.

Longe do tumulto, Barack Obama, que votou em Chicago há algumas semanas, rendeu-se ao seu ritual quase sagrado dos dias de eleição: foi jogar basquete com os amigos.

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