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Pressão

Rádio volta a funcionar pela internet

Agência Estado

Tegucigalpa - Depredada na segunda-feira pelo Exército, a Rádio Globo de Honduras voltou a funcionar ontem, via internet, em ato de desobediência ao governo de fato. Temeroso das sanções e dos riscos de perseguição de órgãos oficiais, o Canal 36 (Cholusat Sur) não buscou meios alternativos para suas transmissões.

O prédio da rede de tevê está fechado, guardado por um segurança e pelo apresentador do programa Histórias de Hospitais, Richard Casula. Da Embaixada do Brasil, de onde continua a fazer pronunciamentos políticos, o presidente deposto Manuel Zelaya, convocou a população a protestar contra o fechamento das emissoras. "Chamo a resistência às ruas para que exijam a liberação dos meios comunicação fechados", declarou Zelaya, ciente de que o estado de sítio, ainda em vigor, impede manifestações públicas.

Fiscais da promotoria pública estiveram ontem nas duas emissoras para fazer o inventário dos equipamentos danificados. Os proprietários das emissoras, Alejandro Villatoro, da Rádio Globo, e Esdras Amado López, do Canal 36, disseram que entraram com ações na Justiça contra o confisco do material e esperam a devolução.

Brasília - O ministro Celso Amorim (Rela­­ções Exteriores) revelou ontem que Manuel Zelaya, o presidente deposto de Honduras, pediu a ele há aproximadamente três meses o empréstimo de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) pa­­ra levá-lo de volta a Tegucigalpa.

O pedido foi negado pelo chanceler que, ontem, em audiência pú­­blica na Comissão de Relações Exteriores do Senado, negou mais uma vez que o governo brasileiro tenha recebido qualquer indicação do retorno de Zelaya a Hon­­du­­ras há dez dias.

À comissão, Amorim contou que o pedido de empréstimo apresentado por Zelaya foi feito logo depois de o Brasil ter cedido um avião da FAB para levar a Honduras o se­­cre­­tá­­rio-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, o que ocorreu no início de julho.

"Ele talvez se entusiasmou. Ah, emprestaram para ele, então vão emprestar para mim’’, disse Amorim, acrescentando: "O pedido foi feito a mim e eu neguei. A FAB não foi nem consultada’’.

Amorim citou o pedido de em­­préstimo da aeronave justamente para negar que o Brasil tenha buscado qualquer protagonismo no retorno de fato de Zelaya ao país, na semana passada. "Sou um diplomata com 50 anos de experiência. Se preferem acreditar na palavra de um golpista...’’, disse.

Durante a audiência pública, Amorim sinalizou mais de uma vez que, apesar da surpresa, o Bra­­sil vê na volta do presidente de­­posto um sinal positivo.

"A utilidade da presença de Ze­­laya em Honduras é reconhecida por toda a comunidade internacional. A presença dele é vista co­­mo um elemento propiciador do diálogo, que não estava tendo até então’’. Disse ainda que, se o Bra­­sil não o tivesse aceito, Zelaya po­­deria estar "preso, talvez morto, ou numa serra, planejando uma revolução’’.

Cobrado por senadores, sobretudo da oposição, sobre o uso político que Zelaya tem feito da em­­baixada, Amorim foi taxativo: "Não houve nenhum ato de violência por parte dos seguidores de Zelaya’’.

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