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Primeiro-ministro japonês diz que situação é extremamente grave | Toru Hanai/Reuters
Primeiro-ministro japonês diz que situação é extremamente grave| Foto: Toru Hanai/Reuters

Pequim - O governo japonês aconselhou às pessoas que moram num raio de 20 a 30 km da usina atômica de Fukushima-Daiichi que deixem a região voluntariamente, em mais um indício de que a crise nuclear provocada pelo duplo desastre natural que atingiu o país no dia 11 está longe do fim.

O primeiro-ministro, Naoto Kan, reconheceu, em entrevista coletiva, que a situação na usina continua "extremamente grave e séria" e não dá margem ao "otimismo".

Horas antes, o porta-voz da agência de segurança nuclear, Hidehiko Nishiyama, havia declarado que os altos níveis de radiação detectados na quinta-feira indicam que a estrutura do reator 3 da planta foi danificada.

A possível consequência do dano é a redução da capacidade do reator de conter vazamentos de material radioativo em grandes proporções, observou Nishiyama.

O porta-voz do governo Yukio Edano ressaltou que a retirada dos moradores no raio de 20 a 30 km da usina não é obrigatória, mas é uma precaução para o caso de os níveis de radiação no local subirem nos próximos dias.

Técnicos

A água que contaminou dois funcionários da usina anteontem apresentava radiação em um nível 10 mil vezes superior ao registrado normalmente no local. Com botas curtas, os operários ficaram expostos durante 50 minutos a uma poça de água de 15 centímetros, que queimou a pele de suas pernas.

Um dos homens tem cerca de 30 anos e recebeu 180,7 milisieverts de radiação. O outro, na casa dos 20 anos, foi exposto a 179,37 milisieverts. Habitantes de países industrializados recebem em média 3 milisieverts de radiação por ano.

No começo da crise, o Mi­­nistério da Saúde do Japão elevou de 100 milisieverts para 250 milisieverts o limite máximo de exposição à radiação por trabalhadores de usinas nucleares, mudança que permitiu a presença de operários na central de Fu­­kushima para tentar evitar o superaquecimento dos seis reatores da central.

Nós últimos dias, 536 pessoas trabalhavam no local. Até agora, 17 delas haviam sido contaminadas com nível de radiação superior a 100 milisieverts.Os Estados Unidos anunciaram ontem que enviarão ao Japão um navio carregado com água doce para realizar a operação de resfriamento da usina.

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