Relatório da Anistia Internacional acusa a China de ser "um dos mais secretos e irresponsáveis exportadores de armas" no mundo, faturando mais de US$ 1 bilhão por ano. Segundo a Anistia, os armamentos chineses têm ajudado "a sustentar conflitos brutais, violência criminal e outras graves violações de direitos humanos em países como Sudão, Nepal, Myanmar e África do Sul", conforme o texto de divulgação do relatório.
"As exportações de armas da China, estimadas de serem mais de US$ 1 bilhão por ano, com freqüência involvem a troca de armas por matéria-prima para alimentar o rápido crescimento econômico do país. Mas é um comércio envolvido em segredo: Pequim não publica qualquer informação sobre transferências de armas no exterior e não submeteu qualquer dado ao Registro sobre Armas Convencionais das Nações Unidas nos últimos anos", diz o relatório.
O Brasil é citado na pesquisa, na seção do relatório sobre armas leves. Para a Anistia, Brasil, Myanmar, Indonésia, Irã, Paquistão e Sudão estão entre os importadores de peças e acessórios chineses em que há abusos das forças de segurança. "Armas leves desempenham um papel particular na contribuição às violações de direitos humanos (...) por meio de seu uso direto ou por meio da ameaça de uso". A Anistia observa que armas leves "causam mais mortes, danos físicos, estupros e outros atos de tortura" que qualquer outro tipo de arma.
O relatório afirma que os chineses sustentam ter uma abordagem "cuidadosa e responsável" na venda de armas, porém "a realidade não poderia estar mais longe da verdade". O país é o único, dentre os grandes exportadores, que não assinou qualquer acordo multilateral para impedir que armas sejam usadas em regiões em que ocorrem violações de direitos humanos, segundo a pesquisadora sobre controle de armas da Anistia Internacional, Helen Hughes.



