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A Anistia Internacional disse na sexta-feira (7) que a China precisa soltar pelo menos 76 pessoas presas no continente por apoiarem os protestos pró-democracia em Hong Kong, antes do início do encontro de líderes da região da Ásia-Pacífico, na próxima semana, em Pequim.

Estudantes que pediam democracia total em Hong Kong bloquearam por semanas ruas que levavam a bairros comercialmente e politicamente importantes, causando condenação tanto de Pequim quanto do governo de Hong Kong.

Chefes de governo como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama; o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe; e o presidente chinês, Xi Jinping, participarão da reunião de cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), na capital chinesa, entre 10 e 11 de novembro. Reuniões preliminares já estão acontecendo.

"Os líderes da Apec devem encerrar o recente silêncio sobre a repressão na China continental contra ativistas que expressavam seu apoio aos manifestantes pró-democracia de Hong Kong. Conveniências políticas não devem triunfar sobre os princípios", disse Roseann Rife, diretora de pesquisa da Ásia Oriental da Anistia Internacional.

"Os líderes devem aproveitar essa oportunidade para falar e pedir ao presidente Xi que assegure a soltura imediata e incondicional de todos aqueles presos por exercerem o direito de liberdade de expressão e de manifestação pacífica", afirmou a diretora em comunicado.

O ministério das Relações Exteriores chinês, em comunicado passado por fax à Reuters, disse que a Anistia Internacional é um grupo "que tem preconceito" com a China e frequentemente emite comunicados irresponsáveis e interfere nos assuntos internos da nação. "Somos totalmente contra isso", acrescenta o texto. Pequim governa Hong Kong desde 1997 por meio do modelo "um país, dois sistemas", fórmula que permite maior autonomia e liberdades, normalmente não visíveis no resto da nação.

Os manifestantes exigem eleições democráticas para o próximo prefeito da cidade, em 2017, não a escolha entre candidatos pré-estabelecidos por Pequim.

A Anistia disse que as prisões na China ocorreram principalmente em Pequim, mas também nas cidades de Guangzhou e Shenzhen, nas cercanias de Hong Kong. As pessoas foram presas por publicarem mensagens de apoio aos protestos na Internet, planejarem ir a Hong Kong para participar ou rasparem o cabelos, disse a entidade de defesa dos direitos humanos.

O governo elevou o nível de segurança em Pequim antes do encontro. A Anistia disse que alguns ativistas foram forçados a deixar a cidade, incluindo o famoso dissidente Hu Shigen.

"A mais recente onda de detenções é parte de um ataque estratégico contra liberdades fundamentais desde que Xi assumiu. Isso transforma em zombaria as recentes palavras de Xi de que o Estado de Direito e os direitos humanos serão totalmente respeitados na China até 2020", concluiu Rife, da Anistia.

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