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Sebastián Piñera durante a posse de Gabriel Boric, em março: ex-presidente pediu que governo não participe das negociações para uma nova constituinte
Sebastián Piñera durante a posse de Gabriel Boric, em março: ex-presidente pediu que governo não participe das negociações para uma nova constituinte| Foto: EFE/Alberto Valdés

O presidente do Chile, Gabriel Boric, rebateu seu antecessor, Sebastián Piñera, após o ex-mandatário ter acusado o governo chileno de ter feito campanha para o plebiscito constitucional e deixado de governar.

Na quarta-feira (14), em duas entrevistas para canais de televisão chilenos, Piñera, que deixou o cargo em março, disse que o governo “nos últimos seis meses se dedicou demais à convenção constitucional, à campanha pelo referendo” e “se descuidou das preocupações do povo”.

No último dia 4, a população chilena rejeitou uma nova proposta de Constituição para o país, de teor extremamente progressista. A gestão Boric tenta articular um novo processo constituinte para que outro texto seja elaborado e também votado em referendo.

Piñera defendeu que o governo “deveria se afastar” da mesa de negociações e “se concentrar em governar”. O ex-presidente de centro-direita classificou o texto rejeitado nas urnas este mês como “uma proposta muito ruim para o Chile, para o futuro do país” e disse que os partidos de seu espectro político estão dispostos a colaborar no novo processo constituinte.

“Eu fui presidente e lembro que enfrentamos uma oposição muito implacável, muito destrutiva. Acredito que não vamos fazer com o presidente Boric o que uma certa extrema-esquerda fez conosco”, alfinetou.

Nesta quinta-feira (15), Boric disse que é “legítimo” que Piñera tenha uma visão crítica de seu governo, “assim como eu tive do governo dele, e ele tem o direito de expressar isso”. Porém, em seguida, fez críticas ao seu antecessor.

“Lamento que um ex-presidente se esconda durante todos os meses de campanha e manifeste seu ponto de vista sobre os temas do referendo apenas depois de terminado”, afirmou Boric, que alegou que seu governo “está plenamente ocupado e preocupado com a segurança de nossos compatriotas e em enfrentar a alta do custo de vida”.

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