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O presidente francês na chegada a Pequim: Macron se reunirá com Xi Jinping ao lado da presidente da Comissão Europeia, que tem posição mais crítica sobre a China
O presidente francês na chegada a Pequim: Macron se reunirá com Xi Jinping ao lado da presidente da Comissão Europeia, que tem posição mais crítica sobre a China| Foto: EFE/EPA/XINHUA/Liu Bin

O presidente de França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quarta-feira (5) em Pequim, durante um discurso à comunidade de franceses residentes na China, que o gigante asiático tem um “papel importante” a assumir para alcançar a paz na guerra na Ucrânia devido à “sua relação estreita com a Rússia”.

“A China, dentro da sua estreita relação com a Rússia, reafirmada nos últimos dias, pode desempenhar um papel importante” na resolução da guerra, declarou Macron, ao mesmo tempo em que destacou a oposição da China ao uso de armas nucleares e a defesa (em teoria) que o país asiático faz dos valores das Nações Unidas.

“A China mostrou seu compromisso com a Carta das Nações Unidas, a integridade territorial e a soberania das nações”, acrescentou o presidente francês.

Macron também lembrou a proposta de paz apresentada pela China para o conflito na Ucrânia e deixou claro que, embora não a tenha aceitado em sua totalidade, “pelo menos mostra vontade de se comprometer em buscar uma resolução”.

Por isso, considerou “indispensável” o diálogo com a China, e defendeu que a União Europeia não pode “deixar a exclusividade” da comunicação com o país asiático para outros europeus, como a Rússia.

Macron pediu que não se reedite uma “lógica de blocos” diante das “vozes que se levantam” preocupadas com o futuro das relações entre o Ocidente e a China.

O presidente francês chegou nesta quarta-feira à China para iniciar uma visita de três dias, na qual se reunirá na quinta-feira (6) com o ditador do país, Xi Jinping, aos quais se juntará em um encontro posterior a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Entretanto, há risco de constrangimentos nesse diálogo. Von der Leyen tem sido mais incisiva nas suas críticas à China, ao considerar que qualquer plano de paz na Ucrânia que não condene as anexações russas de províncias ucranianas em criticados referendos realizados em setembro “simplesmente não é viável”.

Ela também pregou que a União Europeia deveria diversificar seu comércio e aumentar a proteção comercial e tecnológica, em referência a Pequim.

Andrew Small, membro sênior do think-tank German Marshall Fund, destacou essas diferenças entre Macron e von der Leyen na abordagem à China em entrevista à BBC.

“Uma [visão, da presidente da Comissão Europeia] é sobre o aprofundamento do apoio da China a Putin na guerra, especialmente na questão da ajuda militar. Eles vão querer dizer [a Xi Jinping], no mínimo, que isso prejudicaria todo o relacionamento com a Europa”, disse Small, ressaltando, por outro lado, que Macron chegou à China com uma delegação que inclui líderes empresariais.

“A mensagem é que a Europa e a França ainda querem fazer negócios”, destacou.

A visita de Macron é a segunda a Pequim de um líder da Europa ocidental nos últimos dias, depois da que foi encerrada na última sexta-feira pelo presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez.

Em março, Xi havia viajado a Moscou e na ocasião o ditador chinês e o presidente russo, Vladimir Putin, demonstraram a força de seu relacionamento.

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