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Revolta árabe

Após 8 mortes, Egito vive mais um dia de caos

Manifestantes exigem o fim do governo militar, que comanda o país desde a queda do ditador Mubarak, em fevereiro

Manifestante usa estilingue em confronto com forças do governo, no Cairo | Asmaa Waguih/Reuters
Manifestante usa estilingue em confronto com forças do governo, no Cairo (Foto: Asmaa Waguih/Reuters)

Soldados egípcios entraram em confronto com manifestantes ontem no centro do Cairo pelo segundo dia consecutivo, em uma onda de violência que já deixou ao menos oito mortos desde sexta-feira. Os distúrbios mostram a tensão entre ativistas que exigem o fim do governo militar e as forças de segurança.

Ontem, centenas de manifestantes lançaram pedras contras soldados, que cercaram as ruas em volta do Parlamento e também lançaram pedras e jatos d’água contra a multidão na região da Praça Tahrir.

Uma grande coluna de fumaça co­­­briu o centro do Cairo depois que manifestantes atearam fogo nas ruas. Houve relato de disparos vin­­­dos de telhados e, além dos oito mor­­­­tos, mais de 300 ficaram feridos.

O premiê egípcio, Kamal Ganzouri, negou que soldados tenham disparado contra manifestantes e disse que "um grupo não identificado efetuou disparos", acrescentando que seu governo visa "salvar a revolução".

Um grande número de egípcios está insatisfeito com o governo liderado por uma Junta Militar, que deveria ser provisório, e acusa o governo de tentar se manter no poder por tempo indeterminado.

Em um comunicado divulgado na sexta-feira, o governo diz que os confrontos tiveram início quando um militar foi atacado por manifestantes que tentavam invadir o Parlamento.

Eleições

Os ativistas que fizeram a revolta popular que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak não tiveram sucesso no primeiro turno das eleições realizadas ano mês passado em nove das 27 províncias do Egito – entre elas Suez (nordeste), Aswan (sul) e Gizé (que abrange uma parte do Cairo) –, com os partidos islamitas obtendo vasta maioria das cadeiras.

Os resultados do segundo turno, finalizado na quinta-feira, devem ser divulgados nos próximos dias. As demais regiões do país devem ir às urnas no próximo mês.

O Exército continua a ser a auto­­­­ridade em exercício, enquanto não houver um presidente.

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