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Mudanças

Após derrota, Berlusconi sofre pressão até de aliados

Enfraquecido, premiê italiano enfrentará voto de confiança no Parlamento no dia 22 de junho

Sem apoio popular, Berlusconi enfrenta processos judiciais e pressão para que renuncie | Vincenzo Pinto/AFP
Sem apoio popular, Berlusconi enfrenta processos judiciais e pressão para que renuncie (Foto: Vincenzo Pinto/AFP)

Roma - A coalizão de centro-direita do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, aumentou a pressão sobre o chefe de governo para que responda a mais uma derrota nas urnas. O premiê, que viu seu partido perder cidades importantes nas eleições locais do mês passado e foi derrotado no referendo encerrado na segunda-feira, está sendo pressionado por aliados a reduzir impostos, numa tentativa de recuperar sua popularidade.

Nós precisamos de sinais imediatos", disse Maurizio Gasparri, líder do partido do premiê no Senado.

Além de seu próprio partido, a Liga Norte, que tem importante peso na coalizão governista, também vem questionando o governo em temas variados, como a condução da economia e o apoio a rebeldes na Líbia. A oposição se uniu para pedir a renúncia do premiê. Berlusconi enfrentará um voto de confiança no Parlamento no dia 22 de junho.

Títulos de jornais italianos ontem indicavam que a expectativa no país é de que a situação do premiê pode se complicar. Para o Corriere della Sera, maior diário do país, a Itália está testemunhando "o pôr do sol de uma longa estação". O Libero estampou em sua primeira página um apelo: "Silvio, abra a carteira". Para o jornal, o premiê tem uma opção: "impostos mais baixos e aposta em um relançamento da economia".

O Il Foglio, diário ligado a Berlusconi, citou Andrea Augello, subsecretário de Estado, dizendo que uma mudança radical é necessária ou o governo não sobreviverá. "Ou Berlusconi retoma a iniciativa sobre a política e o governo e dá a ele uma extraordinária fase de ativismo e inovação, ou nós poderemos ir para eleições antecipadas", disse Augello.

Justiça

Promotores foram ao ataque ontem em uma audiência sobre as alegações de que o premiê pagou por sexo com uma jovem de 17 anos e abusou do poder para guardar silêncio sobre o fato.

"Está claro que existiam pessoas que estavam se prostituindo durante as festas obscenas na casa de Berlusconi", afirmou a principal promotora no caso, Ilda Boccassini.

O julgamento sobre o suposto envolvimento de Berlusconi com a dançarina Karima El-Mahroug, apelidada de "Ruby Rouba-Corações", que na época das festas tinha 17 anos, começou no dia 6 de abril.

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