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O centro penitenciário de Tocorón na Venezuela, se tornou a sede do crime liderado pelo Tren de Aragua no país
O centro penitenciário de Tocorón na Venezuela, se tornou a sede do crime liderado pelo Tren de Aragua no país| Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez

Presente em diversos países da América do Sul, o Trem de Aragua, maior grupo criminoso da Venezuela, envolvido com tráfico de drogas e de pessoas, tem expandido suas atividades para além da região, chegando mais recentemente ao sul da Flórida, nos Estados Unidos.

Nos últimos meses, membros da gangue foram identificados em denúncias de entrada irregular no país e cometimento de crimes, replicando práticas criminosas comuns na Colômbia e na Venezuela, como o latrocínio, método no qual os criminosos roubam e matam suas vítimas. O caso mais recente aconteceu em Miami com o imigrante aposentado venezuelano José Luis Sánchez Valera, que foi encontrado morto em novembro dentro de sua caminhonete com sinais de tortura, asfixia mecânica e mãos e pés amarrados.

Depois de quase um mês de investigações, a polícia local conseguiu capturar um dos agressores, que confessou seu envolvimento com outros quatro criminosos. também venezuelanos. Ele se identificou como integrante do Trem de Aragua.

As autoridades da Flórida descobriram a prática de um crime conhecido na América do Sul como "carona milionária", onde integrantes da facção seduzem suas vítimas para conseguirem dinheiro e objetos de valor. No caso de Sánchez, ele foi enganado por duas mulheres, que o levaram a um hotel na noite do crime. Já no local, a vítima foi abordada por outros três criminosos, que o raptaram dentro do veículo, pegaram informações sobre sua vida, e o atacaram fisicamente.

Com a vítima em seu poder, os membros da gangue o espancaram, tiraram-no do banco do motorista e o levaram para o banco de trás do veículo, amarrando suas mãos e pés e o torturaram para dar informações sobre onde ele guardava objetos de valor e dinheiro.

A vítima sucumbiu ao espancamento que recebeu e revelou o endereço da sua casa, bem como a localização de um cofre onde guardava dezenas de peças de ouro que comprou com suas poupanças. Na residência indicada, os criminosos ameaçaram matar a sobrinha de Sánchez para que ela lhes entregasse o cofre e tudo de valor que havia na casa. Minutos depois dos membros do Trem de Aragua deixaram o imóvel, a segunda vítima notificou as autoridades dos EUA sobre a ocorrência.

A Polícia de Miami localizou a caminhonete de José Luis Sánchez Valera e seu corpo. Desde então, iniciou-se uma exaustiva investigação e foi oferecida até uma recompensa de US$ 5 mil (R$ 24,5 mil) por informações que ajudassem a encontrar os assassinos do Trem de Aragua.

O grupo criminoso é liderado por Hector Guerrero Flores, conhecido como “El Nino Guerrero”, um fugitivo de 40 anos que controlou o tráfico de drogas e de pessoas de dentro de uma das prisões de segurança máxima da Venezuela por mais de uma década. Ele escapou em setembro do presídio e seu paradeiro ainda é desconhecido. Guerrero possui mandados de prisão em vários países da América Latina.

Estima-se que a facção venezuelana, suspeita de lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas, tenha mais de 4 mil membros em todo o mundo.

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