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Obama cumprimenta soldado durante visita a um quartel no estado de Nova York, em busca de apoio ao seu plano de retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão | Jason Reed/Reuters
Obama cumprimenta soldado durante visita a um quartel no estado de Nova York, em busca de apoio ao seu plano de retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão| Foto: Jason Reed/Reuters

Reação

Presidente afegão apoia retirada

O presidente afegão, Hamid Karzai, considerou uma "boa medida" o anúncio feito pelo presidente Barack Obama do início da retirada de suas tropas do Afeganistão, algo que os talebans qualificaram imediatamente de "simbólico" e "insuficiente".

"Saudamos o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos", disse Karzai. "Consideramos que é uma boa medida para eles e para o Afeganistão, e a apoiamos", acrescentou.

Os talebans reiteraram que apenas uma "retirada imediata do Afeganistão de todas as forças internacionais" permitirá acabar com o conflito, e prometeram que seus combates "irão se intensificar ainda mais".

Os talebans também denunciaram a "falta de respeito" de Obama em relação aos que pedem o fim do conflito, e denunciaram a atual negociação entre Washington e Cabul de um acordo de associação estratégica a longo prazo, uma aliança que, segundo os rebeldes, pode apenas alimentar o conflito.

Apesar da ameaça taleban, o presidente Karzai afirmou que suas forças têm condições de manter a segurança no país.

  • Confira quem são os militares estrangeiros no Afeganistão

Aliados europeus apoiaram ontem o plano dos EUA de acelerar a retirada de tropas do Afeganistão e anunciaram planos semelhantes. França, Alemanha, Polônia e Grã-Bretanha também reduzirão sua presença militar no país asiático, de acordo com o cronograma norte-americano.

Na quarta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou a saída de 10 mil homens neste ano e de 23 mil em 2012. Atualmente, os EUA mantêm 100 mil militares no Afeganistão.

Por trás da decisão de Obama está o cenário de crise econômica nos EUA e a pressão dos democratas pelo fim do conflito, uma das principais plataformas da campanha que elegeu Obama em 2008.

Segundo pesquisa do Con­gresso, a guerra custa aos contribuintes cerca de US$ 10 bilhões (R$ 15,8 bilhões) por mês. Desde 2001, subtraiu US$ 444 bilhões (R$ 705 bilhões) dos bolsos norte-americanos.

A Europa também atravessa um momento de crise financeira, com diversos países endividados. A possibilidade de um calote da Grécia com contágio na economia de toda toda a re­­gião do Euro assusta o continente.

Altas taxas de desemprego e cortes públicos levaram milhares de "indignados" a protestar nas ruas, desde março passado, em vários países.

Desperdício

As operações militares no Afeganistão são vistas como "um desperdício" de verba pública, segundo pesquisas de opinião recentes.

Diversos países europeus terão eleições nacionais nos próximos 18 meses.

Algumas horas após o discurso de Obama, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que seu país "vai iniciar uma retirada progressiva das tropas no Afeganistão, de forma proporcional e segundo cronograma semelhante ao da saída americana".

A França tem 3.935 militares no país. Cerca de mil homens devem ser retirados até o segundo semestre de 2012, segundo o ministro da Defesa, Gerard Longuet.

Na Alemanha, o ministro das Relações Exteriores, Guido Wes­ terwelle, disse que o país começará a reduzir suas forças no final deste ano.

Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que "se as condições no terreno permitirem, certamente traremos homens de volta para casa mais cedo".

Cameron ressaltou que já estava prevista a retirada de 10 mil militares britânicos do Afe­ganistão até 2015.

A expectativa é de que a estratégia de retirada acelerada do Afeganistão seja em breve adotada também pela Itália, Espa­nha e Dinamarca.

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