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O pré-candidato à vice-presidente dos EUA, Paul Ryan, fará nesta quarta-feira (29) o mais importante discurso de sua carreira política na cerimônia em que aceitará tomar parte na chapa de Mitt Romney, durante a Convenção Nacional Republicana.

No entanto, um ponto de interrogação continua a pairar sobre o evento partidário à medida que o furacão Isaac chega ao litoral dos Estados de Louisiana e Mississippi, na costa norte-americana no Golfo do México.

A tempestade deixou a área de Tampa, na Flórida, onde se realiza a convenção, mas provocou um certo tom de comedimento no evento, já que os delegados presentes procuraram não demonstrar muito entusiasmo num momento em que norte-americanos de outras partes estão sofrendo.

No topo da lista dos oradores desta quarta-feira está Ryan, um conservador do Estado do Wisconsin e linha-dura em questões orçamentárias.

Cauteloso para não imitar a candidata a vice do partido em 2008, Sarah Palin, que perdeu apoio rapidamente depois de ter despontado na campanha eleitoral de 2008, Ryan fez uma entrada cuidadosa na corrida presidencial.

Ainda não está claro se ele ajudará Romney, ex-governador do Estado de Massachusetts, a conquistar o apoio dos eleitores indecisos que podem ser o fator decisivo na eleição presidencial de 6 de novembro. As pesquisas mostram os dois candidatos emparelhados.

Não há dúvida, porém, de que Ryan trouxe uma nova energia aos conservadores, de um modo que Romney não conseguiu fazer durante os longos meses da batalha das primárias republicanas, quando ele enfrentou desafiantes conservadores.

Ryan, de 42 anos e aparência juvenil, fanático por condicionamento físico, tem demonstrado até agora ser um trunfo para a campanha.

Ele ajudou a reunir multidões para Romney quando os dois saíram juntos em campanha. Alguns conservadores que não estavam muito entusiasmados com a candidatura de Romney estão agora dispostos a trabalhar duro por ele e Ryan.

A presença de Ryan na chapa ajudou a pôr em destaque o Wisconsin, Estado do meio-oeste que desde Ronald Reagan, em 1984, não vota em um candidato republicano. Uma vitória de Romney no Wisconsin poderia alterar o mapa eleitoral de um jeito que prejudicaria a meta de Barack Obama reeleger-se presidente.

O destaque de Ryan nesta quarta-feira lhe dá uma oportunidade de se apresentar a milhões de norte-americanos que apenas agora começam a prestar atenção na corrida presidencial, faltando 70 dias para a votação.

Uma pesquisa da Reuters/Ipsos na terça-feira mostrou que Ryan tem a aprovação de 50% dos eleitores e desaprovação dos demais 50%.

Até o momento os oradores na convenção republicana procuraram dar uma aparência humana a Romney, que costuma ter um jeito robótico, e assim aumentar seu carisma. Na terça-feira, a convenção não poderia ter tido uma defensora melhor da candidatura do que a mulher dele, Ann Romney.

Ela disse aos repórteres nunca ter usado antes um dispositivo para a leitura de discursos numa tela, mas durante seu pronunciamento parecia estar à vontade enquanto fazia um retrato pessoal de Romney, acusado pelos democratas de ser um opulento elitista sem contato com a realidade.

Ann Romney falou sobre os primeiros anos de seu relacionamento com o marido, quando nos tempos da faculdade faziam refeições baratas de macarrão e atum, e afirmou que ele não era um "sucesso já pronto", como dizem seus oponentes.

Ela também tentou apelar às eleitoras, que de acordo com as pesquisas dão mais apoio a Obama do que a Romney.

"São as mães que sempre têm de trabalhar um pouco mais duro para que tudo saia certo", afirmou.

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