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Marah Salah Mahmoud Zohry

Após noticiar que jovem morreu de fome em Gaza, BBC reconhece que ela tinha leucemia

Membros da Assembleia Nacional Judaica (NJA) protestam em frente à sede da BBC em Londres, Reino Unido, em 16 de outubro de 2023 após a emissora ter se recusado a chamar o Hamas de terrorista durante sua cobertura logo após os ataques do 7 de outubro. (Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN)

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Após ter noticiado no último final de semana que a jovem Marah Salah Mahmoud Zohry, de 20 anos, morreu de desnutrição em um hospital na Faixa de Gaza, a emissora pública britânica BBC reconheceu que a jovem possuía um quadro de leucemia e alterou sua reportagem.

Em declaração na segunda-feira (19), um porta-voz da emissora afirmou que a BBC "inicialmente não sabia que Zohry estava em tratamento contra a leucemia".

Após, a emissora pôs o seguinte aviso em sua reportagem original: “O título deste artigo dizia originalmente que Marah Abu Zuhri morreu de desnutrição, com a introdução afirmando que ela sofreu uma parada cardíaca e faleceu na sexta-feira".

"O título foi alterado para remover a referência à desnutrição como causa da morte no que o hospital descreveu como um 'quadro clínico muito complexo'”.

A emissora disse que a mudança da reportagem é uma prática editorial adotada em erros factuais. "Alteramos o título e os tuítes originais e adicionamos uma nota explicativa".

O reconhecimento da doença da jovem veio após a Coordenação de Atividades Governamentais de Israel nos Territórios (COGAT) confirmar o quadro agressivo do câncer de Zohry — divulgando um relatório médico do Ambulatório do Centro de Câncer do Hospital Nasser, localizado em Khan Younis, ao sul de Gaza.

De acordo com o documento médico, os resultados do exame de sangue da jovem estavam "de acordo com leucemia promielocítica aguda (LPA)".

A BBC não foi a única emissora que atribuiu a morte de Zohry à desnutrição, o que gerou revolta por parte de Mike Huckabee, embaixador da Casa Branca em Israel e Lord Austin, enviado comercial do governo do Reino Unido para Tel Aviv.

Austin afirmou ao The Daily Telegraph que o diretor-geral da BBC, Tim Davie, deveria renunciar se "não conseguisse colocar sua casa em ordem".

"Repetidamente, a BBC é flagrada disseminando desinformação e discurso anti-Israel infundado. Outrora a maior emissora do mundo, agora conhecida por desonestidade e parcialidade, não é de se admirar que a BBC tenha se tornado fonte de escárnio internacional", acrescentou.

Algo semelhante ocorreu no mês passado, quando o The New York Times  alterou uma reportagem sobre uma criança que, segundo o jornal, estava morrendo de fome, mas que na verdade sofria de uma condição médica preexistente que afetava sua aparência.

Em sua admissão, o NYT disse: “Desde então, recebemos novas informações, inclusive do hospital que tratou [Mohammed Zakaria al-Mutawaq] e seus registros médicos, e atualizamos nossa história para adicionar contexto sobre seus problemas de saúde preexistentes”.

A BBC também publicou a mesma história, referindo-se à al-Mutawaq como um "bebê faminto", sem reconhecer o relatório médico emitido em maio de 2025 pela Associação Basma para Socorro em Gaza que constatou que a criança sofre de paralisia cerebral e hipoxemia.

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