
Ouça este conteúdo
Os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos divulgaram nesta terça-feira (18), por ordem do presidente Donald Trump, milhares de arquivos inéditos relacionados ao assassinato do ex-mandatário John F. Kennedy (1961-1963), um caso que alimentou inúmeras teorias da conspiração durante décadas.
Responsáveis pela custódia dos documentos sobre a morte de Kennedy, os Arquivos Nacionais anunciaram a retirada da confidencialidade dos arquivos no site oficial da instituição.
Trump já havia anunciado que 80 mil documentos seriam tornados públicos, mas apenas 1.123 estão listados no site dos Arquivos Nacionais.
De acordo com uma declaração da diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, já foi derrubada a confidencialidade do restante dos arquivos, embora ainda não tenham sido publicados online e estejam programados para os próximos dias.
Ainda não se sabe se os documentos contêm detalhes inéditos sobre o assassinato de Kennedy. Especialistas agora analisarão os arquivos em busca de novas informações.
Trump explicou, no dia anterior, que todos os documentos a serem tornados públicos seriam sem ressalvas e sem censura, permitindo que seu conteúdo completo fosse lido, ao contrário do que aconteceu com outros arquivos históricos considerados sensíveis.
A chamada desclassificação segue uma ordem executiva que Trump assinou poucos dias depois de retornar à Casa Branca, pedindo ao FBI que localizasse milhares de documentos adicionais sobre o assassinato de Kennedy para divulgação.
A ordem também busca tornar públicos os arquivos federais ainda confidenciais sobre os assassinatos de 1968 do ex-procurador-geral e senador Robert F. Kennedy e do reverendo Martin Luther King Jr.
O assassinato de Kennedy foi oficialmente atribuído a uma única pessoa, o ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald, que atirou no presidente da janela de um depósito de livros escolares quando a comitiva presidencial passava pela praça Dealey em Dallas, no Texas.
Dois dias depois, o proprietário de uma boate, Jack Ruby, matou Oswald a tiros no quartel-general da polícia de Dallas.
Um ano após o assassinato, a Comissão Warren, criada pelo então presidente Lyndon B. Johnson (1963-1969) para investigar o evento, concluiu que Oswald agiu sozinho e que não havia evidências de que outras pessoas pudessem estar envolvidas em uma conspiração para matar Kennedy.
Embora essa seja a versão oficial, várias teorias da conspiração surgiram ao longo das décadas.
O próprio Robert F. Kennedy Jr., atual secretário de Saúde dos EUA - sobrinho de John F. Kennedy e filho de Robert F. Kennedy -, questionou a versão oficial e chegou a afirmar que a CIA estava envolvida no assassinato do ex-presidente.
Quando Trump assinou a ordem em janeiro para a desclassificação dos registros da morte do ex-presidente, ele reservou a caneta para o próprio Kennedy Jr.
Todos os documentos sobre o assassinato de Kennedy fazem parte de uma coleção exclusiva do Arquivo Nacional dos EUA. Esses arquivos deveriam ter sido tornados públicos em sua totalidade em 2017, mas durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump decidiu manter alguns deles em segredo por motivos de segurança nacional.
De acordo com os Arquivos Nacionais, a maioria dos documentos - cerca de 6 milhões, incluindo fotografias e gravações de áudio - já foi liberada.
Entretanto, em meados de fevereiro, o FBI anunciou que havia encontrado mais de 2,4 mil novos documentos relacionados ao assassinato de Kennedy e que esses arquivos seriam transferidos para os Arquivos Nacionais para desclassificação.
Conteúdo editado por: Fábio Galão






