
Paris - Exatos sete dias após o início do caos -nos aeroportos causado pelas erupções do vulcão Eyjafjallajokull, na Islândia, a Europa respirou aliviada ontem, quando quase 100% dos 28 mil voos previstos foram realizados, segundo a Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol).
O número de decolagens realizadas ontem superou até mesmo os prognósticos mais otimistas das autoridades. Com a redução das erupções na Islândia, combinada com a inversão da direção dos ventos, a nuvem de cinzas que pairava sobre a atmosfera da Europa perdeu densidade, permitindo a reabertura progressiva do espaço aéreo.
As maiores restrições ocorreram em aeroportos da Finlândia e no norte da Escócia. Em contrapartida, entroncamentos importantes para a fluidez do tráfego, como Londres, Paris, Frankfurt e Amsterdã, abriram pela manhã, facilitando a reorganização dos voos de longa duração, que eram a prioridade das maiores companhias aéreas.
Todos os 338 voos transatlânticos realizados em direção à Europa puderam aterrissar ao longo do dia. A perspectiva, entretanto, é de que o transporte dos mais de 7 milhões de passageiros prejudicados pela crise se estenda pelos próximos dias.
Ameaça
Apesar da normalização dos voos, cientistas temem que a erupção do Eyjafjallajokull desperte a atividade de um vulcão vizinho mais poderoso, o Katla, com potencial para detonar um cenário ainda mais grave para a indústria aérea. Uma erupção do Katla seria dez vezes mais forte e lançaria nuvens de cinzas maiores e mais altas. Os dois vulcões, distantes apenas 20 quilômetros um do outro, especula-se, estariam interligados por uma rede de magma.
Prever erupção de vulcões é tão difícil como prever terremotos, e a instabilidade do Eyjafjallajokull está dificultando seu monitoramento. Mas, nas últimas três vezes que o Eyjafjallajokull entrou em erupção, o Katla também entrou. A última foi em 1918, sendo que, em média, o vulcão desperta a cada 80 anos. Ou seja, em tese, poderia acordar a qualquer momento.
"O Katla pode entrar em atividade amanhã ou nos próximos 100 anos, não se sabe", disse o prefeito de Vik, Svenn Palsson.



