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Passageiros aguardam momento de embarque no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha: tráfego aéreo começa a se normalizar, mas filas de espera são grandes | Thomas Lohnes/AFP
Passageiros aguardam momento de embarque no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha: tráfego aéreo começa a se normalizar, mas filas de espera são grandes| Foto: Thomas Lohnes/AFP

US$ 1,7 bi de prejuízo

Agência EstadoGenebra - A nuvem de cinzas que parou a Europa por cinco dias e ainda causa problemas custou às companhias aéreas mais do que se imaginava. Ontem, a estimativa já era de perdas de US$ 1,7 bilhão (R$ 2,9 bilhões) apenas para o setor aéreo. O cálculo foi apresentado por Giovanni Bisignani, diretor-geral da Associação In­­ternacional de Transportes Aé­­reos (Iata).

Enquanto isso, os agricultores europeus aproveitam o desastre para insistir em que precisam de subsídios para enfrentar situações como essa.

A Sociedade Europeia de Vul­­canologia estima que o impacto econômico do fenômeno na Is­­lândia é de fato o maior registrado pelos especialistas.

Para o ano, Bisignani estima perdas de US$ 2,2 bilhões só pa­­ra o setor aéreo europeu. "Para uma indústria que perdeu US$ 9,4 bilhões em 2009 e que previa perdas de US$ 2,8 bilhões em 2010, essa crise é devastadora", completou.

Bisignani disse esperar que, dessa situação, se tirasse a conclusão de que é necessário unificar o espaço aéreo europeu e que haja, além disso, o convencimento de que a aviação deve ter um lugar mais importante na agenda política internacional.

"Os governos precisam agir. Quanto mais tempo levar, pior será a situação para as empresas", adverte.

Paris - Exatos sete dias após o início do caos -nos aeroportos causado pelas erupções do vulcão Eyja­­fjallajokull, na Islândia, a Eu­­ropa respirou aliviada ontem, quando quase 100% dos 28 mil voos previstos foram realizados, segundo a Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol).

O número de decolagens realizadas ontem superou até mesmo os prognósticos mais otimistas das autoridades. Com a redução das erupções na Islândia, combinada com a inversão da direção dos ventos, a nuvem de cinzas que pairava sobre a at­­mosfera da Europa perdeu densidade, permitindo a reabertura progressiva do espaço aéreo.

As maiores restrições ocorreram em aeroportos da Finlândia e no norte da Escócia. Em contrapartida, entroncamentos importantes para a fluidez do tráfego, como Londres, Paris, Frankfurt e Amsterdã, abriram pela manhã, facilitando a reorganização dos voos de longa duração, que eram a prioridade das maiores companhias aéreas.

Todos os 338 voos transatlânticos realizados em direção à Eu­­ropa puderam aterrissar ao longo do dia. A perspectiva, en­­tre­­tanto, é de que o transporte dos mais de 7 milhões de passageiros prejudicados pela crise se estenda pelos próximos dias.

Ameaça

Apesar da normalização dos vo­­os, cientistas temem que a erupção do Eyjafjallajokull desperte a atividade de um vulcão vizinho mais poderoso, o Katla, com po­­tencial para detonar um cenário ainda mais grave para a indústria aérea. Uma erupção do Katla seria dez vezes mais forte e lançaria nuvens de cinzas maiores e mais altas. Os dois vulcões, distantes apenas 20 quilômetros um do outro, especula-se, estariam interligados por uma rede de magma.

Prever erupção de vulcões é tão difícil como prever terremotos, e a instabilidade do Eyjafjal­­lajokull está dificultando seu monitoramento. Mas, nas últimas três vezes que o Eyjafjalla­­jokull entrou em erupção, o Ka­­tla também entrou. A última foi em 1918, sendo que, em média, o vulcão desperta a cada 80 anos. Ou seja, em tese, poderia acordar a qualquer momento.

"O Katla pode entrar em atividade amanhã ou nos próximos 100 anos, não se sabe", disse o prefeito de Vik, Svenn Palsson.

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