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O jornalista Jamal Khashoggi era um proeminente crítico do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman | MOHAMMED AL-SHAIKH/AFP
O jornalista Jamal Khashoggi era um proeminente crítico do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman| Foto: MOHAMMED AL-SHAIKH/AFP

A Arábia Saudita indiciou, nesta quinta-feira (15), 11 suspeitos pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul, no início de outubro. O procurador público saudita, Saud al-Mojeb, informou que vai pedir a pena de morte para cinco destes suspeitos, acusando-os de ordenar e cometer o crime. 

No total, 21 pessoas estão presas por suposto envolvimento na morte do colaborador do jornal americano Washington Post. As investigações relativas aos outros 10 suspeitos, que não serão levados à corte neste momento, continuarão, segundo comunicado do procurador público.

As acusações contra os 11 indiciados são baseadas em investigação em parceria com a Turquia e incluem gravações de áudio relacionadas ao caso, de acordo com o documento.

Última coluna de Jamal Khashoggi: O que o mundo árabe mais precisa é de liberdade de expressão

Khashoggi era um proeminente crítico do príncipe Moahmmed bin Salman (MBS), líder de facto da Arábia Saudita. Ele foi morto em 2 de outubro, quando visitou o consulado saudita em Istambul, na Turquia, para pegar documentos que comprovassem seu divórcio da ex-mulher, o que lhe permitira casar com sua noiva Hatice Cengiz.

A Arábia Saudita apresentou diversas versões para  caso. Chegou a alegar, inicialmente, que Kashoggi havia deixado o consulado minutos depois de ter entrado no prédio – algo que foi desmentido posteriormente pela investigação turca. 

Foi quase no fim do mês de outubro, a Arábia Saudita admitiu que a morte do jornalista havia sido planejada, com o envolvimento de altas lideranças do país, como o ex-chefe adjunto da inteligência, Ahmed al-Asiri, que foi demitido, e nomes próximos ao príncipe. Embora autoridades de outros países acreditem que MBS tenha ordenado o assassinato ou que ele pelo menos soubesse da operação, a Arábia Saudita eximiu o príncipe de qualquer envolvimento no assassinato.

Sanções dos EUA

Ainda nesta quinta-feira, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs sanções a 17 oficiais sauditas supostamente envolvidos no assassinado de Khashoggi, entre eles o ex-conselheiro real Saud al-Qahtani, o seu subordinado Maher Mutreb e o cônsul-geral saudita, Mohammed Alotaibi.

A decisão está apoiada na Lei de Responsabilidade dos Direitos Humanos de Magnitsky, destinada a perpetradores de graves violações dos direitos humanos e corrupção. Segundo o Departamento do Tesouro, os 17 fizeram "parte do planejamento e execução" da operação que levou à morte de Khashoggi.

As sanções, que limitarão o acesso ao sistema financeiro dos EUA e congelarão os bens das autoridades, aconteceram logo após o governo Trump anunciar planos para acabar com os vôos de reabastecimento aéreo para a coalizão liderada pela Arábia na guerra contra os rebeldes Houthi, no Iêmen. O conflito alimenta o pior desastre humanitário do mundo, segundo as Nações Unidas.

As penalidades financeiras, entretanto, não terão nenhum impacto sobre o príncipe herdeiro, o que deve gerar uma nova onda de críticas ao presidente Donald Trump.

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