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Sob a liderança do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a Arábia Saudita tem procurado reforçar sua imagem internacional de negócios, mas o país tem sido criticado pela forma como lida com os direitos humanos | Simon Dawson/Bloomberg
Sob a liderança do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a Arábia Saudita tem procurado reforçar sua imagem internacional de negócios, mas o país tem sido criticado pela forma como lida com os direitos humanos| Foto: Simon Dawson/Bloomberg

Os promotores da Arábia Saudita estão buscando a pena de morte para cinco ativistas na província oriental do país, segundo a organização de direitos humanos Human Rights Watch. Entre os acusados está Israa al-Ghomgham, 29 anos, que pode ser a primeira ativista de direitos humanos do sexo feminino a ser condenada à morte no reino da Arábia Saudita se a execução prosseguir.

"Qualquer execução é chocante, mas buscar a pena de morte para ativistas como Israa al-Ghomgham, que nem sequer são acusados de comportamento violento, é monstruoso", afirma Sarah Leah Whitson, diretora do Human Rights Watch, em um comunicado. "Todos os dias, o despotismo desenfreado da monarquia saudita torna mais difícil para suas equipes de relações públicas vender o conto de fadas da 'reforma' para aliados e parceiros de negócios internacionais". 

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A Human Rights Watch diz que Ghomgham está entre os cinco ativistas pelos quais o Ministério Público da Arábia Saudita está buscando a pena de morte. Eles estão sendo julgados no tribunal de terrorismo do país pelo que seus defensores dizem ser ativismo pacífico. 

A Organização Saudita Europeia para os Direitos Humanos (EOSHR), com sede em Berlim, destacou o caso de Ghomgham em uma série de e-mails no início desta semana, chamando-o de "precedente" e dizendo que a promotoria saudita estava buscando a decapitação da ativista. Na semana passada, a organização divulgou um comunicado sugerindo que 51 pessoas aguardavam execução no país. 

Ghomgham e os outros quatro ativistas estão enfrentando julgamento devido a participação em manifestações que começaram em 2011 e que tinham como objetivo protestar contra a discriminação que os cidadãos xiitas enfrentam no reino predominantemente sunita. 

De acordo com a Human Rights Watch, Ghomgham e seu marido foram presos em 6 de dezembro de 2015 e mantidos em cárcere desde então. As acusações que ela e seus colegas ativistas enfrentam incluem "participar de protestos na região de Qatif", "incitar para protestar" e "cantar slogans hostis ao regime", segundo o grupo de direitos humanos. 

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Além dos protestos nas áreas de maioria xiita da Província Oriental, o governo saudita enfrenta crescente condenação por repressão aos dissidentes, incluindo defensores dos direitos das mulheres. Entre as mulheres recentemente presas estava Nassima al-Sadah, uma muçulmana xiita da cidade de Qatif que havia tentado, sem sucesso, concorrer às eleições locais e que entrou com um processo para suspender a antiga proibição do reino a motoristas do sexo feminino

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Segundo a Anistia Internacional, a Arábia Saudita é um dos países que mais condena à pena de morte. No ano passado, 146 execuções foram supostamente realizadas. Apenas a China e o Irã teriam executado mais pessoas em 2017. 

Sob a liderança do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a Arábia Saudita tem procurado reforçar sua imagem internacional com eventos de negócios e divulgação diplomática. No entanto, o país tem sido criticado pela forma como lida com os direitos humanos, o que resultou em uma disputa diplomática com o Canadá no início deste mês, depois que o ministro das Relações Exteriores canadense tuitou uma mensagem em árabe expressando alarme sobre a detenção de um ativista dos direitos das mulheres que tem parentes no Canadá.

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Questionado sobre o julgamento de Ghomgham, o escritório da chanceler canadense, Chrystia Freeland, disse ao jornal Globe and Mail que "o Canadá está extremamente preocupado com as detenções de ativistas dos direitos das mulheres" e que essas preocupações são causadas pelo governo saudita.

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