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| Foto: YASUYOSHI CHIBAAFP

O juiz Daniel Rafecas indiciou nesta terça-feira (3) o ex-ministro do Planejamento kirchnerista Julio de Vido e o ex-secretário de Energia Daniel Cameron por "supostas manobras para favorecer a construtora Odebrecht na licitação de contratos para a ampliação de gasodutos".

De Vido, homem-chave na condução das obras públicas na Argentina nas gestões de Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015), já está preso, mas em decorrência de uma acusação de desvio de verbas para a construção de um projeto de mineração.

Como na Argentina a legislação ainda não permite que as denúncias por delação premiada sejam validadas, a Justiça local faz investigações por conta própria.

De Vido se diz inocente e afirma que há perseguição política. "[O presidente atual, Mauricio] Macri tenta a todo custo me vincular com a Odebrecht", declarou.

O caso pelo qual é acusado agora envolve troca de favores para assegurar que a Odebrecht vencesse a licitação para a ampliação dos gasodutos, um projeto US$ 2,3 bilhões (R$ 7,6 bilhões).

Segundo Rafecas, De Vido e os outros indiciados "realizaram uma série de atos com intenção de favorecer a Odebrecht para que esta recebesse a licitação".

Até agora, o único funcionário estatal processado por ligação com a Odebrecht foi Gustavo Arribas, chefe de inteligência de Macri.

Ele é acusado de receber US$ 850 mil (R$ 2,8 milhões) quando morava em São Paulo e era agente de jogadores de futebol. Arribas, amigo e homem de confiança do atual presidente, negou as acusações e foi absolvido.

Cristina

Nesta terça, a Justiça argentina abriu um novo processo contra Cristina Kirchner, desta vez sob a acusação de beneficiar os hotéis da família com o contrato de hospedagem das tripulações da Aerolíneas Argentinas.

Segundo a Procuradoria, as compras de diárias, feitas entre 2009 e 2015, não seguiram a lei. Os promotores também pediram bloqueio dos bens das companhias.

Além dela, são acusados dos mesmos crimes os ex-ministros Julio Alak e Axel Kicillof, o ex-presidente da estatal Mariano Recalde e o empresário Lázaro Báez.

Amigo da família Kirchner, Báez está preso desde 2016 acusado de lavagem de dinheiro e superfaturamento de obras públicas.

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