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Diplomacia

Argentina quer voos diretos para as Malvinas

Em discurso, Cristina Kirchner também diz que não é possível manter “uma colônia” em pleno século 21

Cristina Kirchner, durante discurso em Buenos Aires: novo episódio apimenta relação com Reino Unido | Juan Mabromata/ AFP
Cristina Kirchner, durante discurso em Buenos Aires: novo episódio apimenta relação com Reino Unido (Foto: Juan Mabromata/ AFP)

A presidente Cristina Kirchner aproveitou o tradicional discurso da inauguração do ano legislativo na Argentina para defender a ampliação do número de voos para as disputadas Ilhas Malvinas — todos partindo da capital, Buenos Aires. O episódio apimenta ainda mais uma delicada escalada diplomática com o Reino Unido, na qual ambos os países vêm trocando acusações de "colonialismo" às vésperas do 30º aniversário da Guerra das Malvinas, em abril.

Os dois países, que disputam a posse das ilhas no Atlântico Sul, assinaram em 1999 um acordo autorizando a empresa chilena Lan a oferecer voos diários do Chile para as Malvinas — ou Falklands, como são chamadas pelos britânicos, que administram a região. Hoje, porém, a rota é operada apenas uma vez por semana em um trajeto bastante longo: saindo da cidade chilena de Punta Arenas, com escala em Rio Gallegos, capital da província argentina de Santa Cruz, 790 quilômetros a Oeste das Malvinas.

A proposta de Cristina visa estabelecer inéditos três voos semanais para o arquipélago. E a partir da capital.

"Já dei instruções a nosso chanceler (Héctor Timerman) para iniciar uma negociação. Serão voos partindo da Argentina continental, Buenos Aires, para as ilhas em nossa companhia nacional, a Aerolineas Argen­­tinas", disse ela.

A presidente reforçou as críticas pela militarização das Malvinas e evitou fazer qualquer comentário sobre as gestões da ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, para reduzir as importações de produtos britânicos no país. A iniciativa levou o governo do primeiro-ministro David Cameron a exigir explicações do encarregado de negócios da Embaixada da Argentina em Londres, Osvaldo Mársico.

"Não podemos permitir a existência de uma colônia em pleno século 21", enfatizou Cristina, que voltou, entretanto, a negar a possibilidade de qualquer ação bélica por parte de seu governo. "Somos gente de paz, mas que também defende seus direitos."

Com a disputa reacendendo velhas tensões, na última segunda-feira, autoridades provinciais da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina, proibiram dois navios britânicos de passageiros de atracarem em seus portos.

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