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O ativista Juan Grabois disputa a candidatura do peronismo à Casa Rosada com o ministro da Economia, Sergio Massa
O ativista Juan Grabois disputa a candidatura do peronismo à Casa Rosada com o ministro da Economia, Sergio Massa| Foto: EFE/Gonzalo Sánchez

A Argentina realiza neste domingo (13) as primárias das suas eleições gerais. O processo é conhecido como PASO, abreviação para primárias abertas simultâneas obrigatórias.

O nome se explica porque é um processo aberto (participa todo o eleitorado e não apenas os filiados aos partidos políticos), simultâneo (uma vez que todos os grupos definem suas candidaturas ao mesmo tempo) e obrigatório (porque devem votar todos os cidadãos que estão aptos a exercer esse direito).

Os candidatos eleitos na PASO poderão se apresentar nas eleições gerais de 22 de outubro, quando concorrerão os aspirantes a ocupar a presidência argentina durante o período 2023-2027.

Com o libertário Javier Milei já definido como o candidato presidencial da coalizão Liberdade Avança, as grandes definições neste domingo serão sobre quem serão os postulantes à Casa Rosada do peronismo – a vaga é disputada pelo ministro da Economia, Sergio Massa, e pelo ativista Juan Grabois – e da coalizão oposicionista Juntos pela Mudança – estão no páreo o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, e a ex-ministra da Segurança Pública Patricia Bullrich.

O peronismo, do presidente Alberto Fernández (que não quis tentar a reeleição), vive momentos de tensão porque suas chances eleitorais diminuem com a crise econômica e também porque as eleições nas províncias da Argentina, que estão sendo realizadas desde abril, estão mostrando um esgotamento desse grupo político esquerdista.

No final de julho, a Juntos pela Mudança acabou com 20 anos de governos peronistas em Chubut ao vencer a eleição na província patagônica. Antes, os eleitores de San Luis e San Juan haviam decretado o fim das hegemonias locais do grupo político atualmente no governo federal, que já duravam, respectivamente, 40 e 20 anos.

Com essas viradas, nova vitória em Jujuy, onde já governava, e no poder em Corrientes (que terá eleição apenas em 2025), a Juntos pela Mudança pode chegar a governar mais de dez províncias até o final do ano, já que a capital federal e sete províncias ainda realizarão eleições em 2023.

Desde a redemocratização, em 1983, nunca um grupo político além do peronismo (que ganhou por enquanto cinco eleições provinciais este ano) governou mais de dez províncias simultaneamente na Argentina.

“Outro dado que não ocorre desde 1983 até o presente é o peronismo ter duas eleições consecutivas obtendo menos de 35% dos votos”, apontou o analista político Luciano Romero, em entrevista ao jornal La Gaceta, indicando que as derrotas peronistas em redutos históricos indicam a continuidade de um processo de decadência do grupo esquerdista sinalizado nas eleições de meio de mandato.

Nas eleições legislativas de 2021, o peronismo teve 34,56% dos votos, contra 42,75% da Juntos pela Mudança.

Além de garantir a governabilidade, o domínio de muitas províncias também é um indicativo do norte na política federal. A crise econômica argentina, com horizonte de recessão, baixo nível de reservas monetárias, déficit fiscal e inflação descontrolada, indica dificuldades para o peronismo tanto nas eleições provinciais quanto na eleição federal, independentemente de quem será o vencedor na disputa interna, Massa ou Grabois.

“Se considerarmos os últimos 20 anos da Argentina, o peronismo governou 80% do tempo. E a verdade é que a Argentina nos últimos 20 anos vem apresentando, principalmente nos últimos dez, um processo de estagnação, deterioração, falta de percepção da direção correta do governo, e isso provavelmente pode ser atribuído em grande parte à responsabilidade do governo do peronismo”, acrescentou Romero. (Com Agência EFE)

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