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O escritor Ivan Sant’Anna analisou episódios de desastres aéreos nos livros Plano de Ataque (sobre o 11 de Setembro), Caixa Preta e Perda Total (ambos sobre acidentes ligados a aeronaves brasileiras). "Tudo indica que foi abatido", disse Sant’Anna à reportagem da Gazeta, sobre o avião da Malaysia Airlines que caiu nesta quinta-feira (17) de manhã perto da fronteira entre Ucrânia e Rússia.

O desastre de hoje na Ucrânia envolve um Boeing 777. Você poderia comentar um pouco sobre a aeronave?

O Boeing 777 continua sendo o avião mais seguro do mundo, com um índice de morte zero. O outro avião malaio que desapareceu [o voo MH370, que perdeu controle com o tráfego aéreo em 8 de março passado] foi um acidente que não teve nada a ver com o avião. O de hoje, tudo indica que foi abatido por algum míssil russo. Os rebeldes [pró-Rússia, no leste da Ucrânia] não têm armamento para derrubar um avião a 32 mil pés de altura. O governo ucraniano não está alvejando aviões. Mas os russos têm poder de fogo e derrubaram um avião militar de Kiev na segunda-feira. Eles podem ter atingido o avião de passageiros por engano.

Isso já ocorreu antes?

Sim. Durante a Guerra do Golfo, a Marinha dos Estados Unidos atingiu um avião de passageiros e todo mundo morreu. Depois os americanos pediram desculpas. A União Soviética derrubou um avião da Coreia do Sul lotado porque teria invadido seu espaço aéreo. Um 727 líbio também foi confundido com uma aeronave militar. Não é uma coisa nova, mas é uma hipótese minha.

É possível que os militares russos tenham mirado um avião e acertado outro?

O míssil segue o calor das turbinas. Então ele pode, sim, ter sido disparado contra outra aeronave, mas acertado o Boeing 777 da Malaysia Airlines.

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