Julian Assange, o próprio, foi vítima de um vazamento. Na Inglaterra, onde está sob custódia da polícia, o criador do WikiLeaks recebeu ontem a notícia de que o inquérito sigiloso sobre seus supostos crimes sexuais na Suécia chegou à imprensa.
E por dois dos jornais que contam com acesso antecipado aos papéis secretos da diplomacia americana, The Guardian, da Inglaterra, e The New York Times, dos Estados Unidos.
Assange é acusado de coerção sexual e estupro contra duas suecas, mas ele alega que fez "sexo consentido". O relatório dá a versão da polícia sueca para os quatro dias da visita de Assange ao país, em agosto. Segundo a investigação, os encontros do australiano com as mulheres começaram de forma "amigável", mas se tornaram violentos quando elas se negaram a fazer sexo sem preservativo.
O documento, extenso e repleto de interrogatórios, é um baque na defesa de Assange, que alega que tudo foi montado de última hora como parte de uma conspiração comandada pelos Estados Unidos. Por outro lado, é um alento: as suecas continuaram conversando com o australiano, e só decidiram procurar a polícia depois que uma soube que a outra também havia se relacionado com ele.
Elas são identificadas só como "A" e "W". "A" tem 30 anos e é uma ativista da esquerda na Suécia. "W", 25, trabalhou no Museu de Estocolmo e é descrita como "forte apoiadora" do WikiLeaks.
No relatório, "A" diz que recebeu golpes nas pernas e que teve as roupas rasgadas.
Processo
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos ainda está analisando meios de processar o australiano Julian Assange, fundador do site dedicado a vazamentos de documentos secretos WikiLeaks, disse ontem o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ele não disse, no entanto, como se dará a reação judicial do governo norte-americano aos vazamentos realizados pelo WikiLeaks. "Eu não vou comentar esse processo", limitou-se a dizer.
Biden também qualificou Assange, que encontra-se na Inglaterra e luta contra um pedido de extradição da Suécia, como um "terrorista hi-tech". Para ele, o WikiLeaks "causou danos" com os vazamentos de segredos militares e telegramas diplomáticos dos Estados Unidos.
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