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Primeiro brasileiro designado para viajar ao espaço, o tenente-coronel Marcos Cesar Pontes falou nesta quarta-feira, em entrevista coletiva na Cidade das Estrelas, em Moscou, sobre os desafios da viagem, que começa no dia 30 de março.

Ao lado do comandante, o russo Pavel Vinogradov, e o engenheiro de vôo americano Jeffrey Williams, Pontes falou sobre uma série de aspectos pessoais do treinamento e da viagem, como o frio rigoroso na Rússia na reta final dos preparativos, o apoio que espera dos brasileiros, itens simbólicos que pretende levar ao espaço e até superstições. Na volta, segundo ele, daria "um abraço bem forte no Brasil" se pudesse.

Os três astronautas vão viajar a bordo da nave russa Soyuz 12 TMA-8. Pontes passará dez dias na Estação Espacial Internacional, fazendo uma série de experimentos. Vinogradov e Williams ficarão pelos próximos seis meses lá, substituindo os tripulantes permanentes anteriores. As missões de tripulantes de longa permanência na estação são chamadas de expedições. Esta é a de número 13. O estigma do número e a memória da Apollo 13, missão lunar marcada por uma série de problemas que por pouco não acaba em tragédia, não preocupa Pontes ou seus colegas.

- É apenas um número entre 12 e 14 - disse Williams.

- Nenhum problema com relação ao número 13. Se pensar, sou 12 e meio, porque volto com a (expedição) 12 - brincou Pontes.

O astronauta brasileiro contou que levará consigo fotos da família, itens institucionais do Brasil e símbolos religiosos pessoais, que ele não quis detalhar.

O tenente-coronel da Força Aérea Brasileira disse que se adaptou bem ao frio rigoroso.

- Ouvi dizer que esse é um dos anos mais frios desde não sei quantos anos atrás. Ou seja, tive sorte de conhecer de fato o frio russo. As pessoas me diziam: "Você vai conhecer o inverno russo". Até dezembro, ele não tinha aparecido.

Indagado sobre a primeira coisa que gostaria de fazer ao voltar para o Brasil, ele disse:

- Se o Brasil fosse como uma pessoa, ia dar um abraço bem forte - disse Pontes. -O que gostaria de deixar para cada pessoa no Brasil é que embora eu esteja como único brasileiro a bordo, conto com o apoio, com aquele suporte, conto com o Brasil. Eu não quero estar sozinho, por isso levo a bandeira.

Pontes disse que não lamenta particularmente o fato de que vai perder o carnaval trabalhando e que ouviu falar que uma escola de samba vai associar a idéia do centenário do vôo de Santos Dummont a bordo do 14 Bis, com sua viagem ao espaço.

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