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O presidente da França, Emmanuel Macron, durante coletiva de imprensa após o ataque a faca que ocorreu em uma escola no norte do país nesta sexta-feira
O presidente da França, Emmanuel Macron, durante coletiva de imprensa após o ataque a faca que ocorreu em uma escola no norte do país nesta sexta-feira| Foto: EFE/EPA/LUDOVIC MARIN

Um ataque a faca ocorrido nesta sexta-feira (13) em uma escola de ensino secundário na cidade de Arras, no norte da França, resultou na morte de um professor e deixou outras duas pessoas gravemente feridas. O autor do ataque, um ex-aluno de 20 anos identificado como Mohammed Mogouchkov, foi detido pela polícia francesa.

Durante o ataque, o agressor proferiu gritos islâmicos, segundo relatos da imprensa local. O professor foi degolado, e o diretor da escola foi um dos feridos. O caso ocorreu por volta das 11h da manhã no Liceu Gambetta de Arras.

A Procuradoria Nacional Antiterrorista da França (PNAT) assumiu a investigação e anunciou que o caso está sendo tratado como um homicídio terrorista, tentativa de homicídio terrorista e associação terrorista para preparar atentados. A PNAT afirmou que o autor estava sendo monitorado pelos serviços secretos devido às suas ligações com o fundamentalismo islâmico.

Além disso, foi confirmada uma outra tentativa de atentado na região de Paris, capital da França, após o ataque em Arras. O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou nesta sexta que uma intervenção policial conseguiu impedir o segundo atentado. Um homem armado com uma faca de cozinha foi detido nos arredores de uma escola na cidade de Limay, na área metropolitana de Paris.

Mohammed Mogouchkov, o autor do ataque em Arras, era conhecido pelos serviços de inteligência por seus vínculos com o islamismo radical. Ele tinha sido fichado como "S" (ameaça à segurança do Estado) e estava sob monitoramento ativo, incluindo escutas telefônicas e vigilância física. Ele tinha interesse em assuntos relacionados aos atentados terroristas realizados contra o jornal Charlie Hebdo em 2015 e seguia o jornalista especializado em jihadismo Wassim Nasr.

Segundo informações do jornal francês Le Figaro, a família de Mohammed Mogouchkov, de origem chechena, também estava envolvida em atividades extremistas. Seu irmão mais velho, Mosvar Mogouchkov, foi detido pela DGSI em 2019, por estar envolvido em um projeto de atentado contra o Palácio do Eliseu. Ele foi condenado a cinco anos de prisão por um tribunal especial em Paris. Seu outro irmão, de 17 anos, também foi detido após o atentado em Arras.

Em 2014, o governo francês tentou expulsar a família Mogouchkov do país, no entanto, interrompeu sua iniciativa após protestos de organizações e ativistas. O pai de Mohammed Mogouchkov chegou a ser expulso da França em 2018, mas retornou clandestinamente ao país no ano seguinte.

O atentado em Arras ocorre quase três anos após o assassinato do professor Samuel Paty, que foi decapitado em 16 de outubro de 2020, após mostrar caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão. Ele também ocorre seis dias após os ataques terroristas do Hamas contra o Estado de Israel, que já vitimou mais de 1,3 mil judeus.

O ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, confirmou na segunda-feira (9) que houve um aumento considerável no número de atos de antissemitismo no país desde os ataques do último sábado (7). Darmanin classificou esse aumento como “dramático”.

Nesta sexta, Darmanin disse ao canal de televisão francês TF1 que, "de acordo com as informações, há certamente uma ligação entre o que aconteceu [em Arras] e o Oriente Médio", referindo-se ao conflito entre Israel e o grupo palestino islâmico Hamas.

O governo da França ainda elevou na noite desta sexta o nível de alerta antiterrorista do país ao seu nível mais alto, o de "urgência de atentado".

"No contexto atual e após o atentado terrorista em Arras, decidi elevar o nível do Vigipirate [operação antiterrorista] ao nível mais alto, o de urgência de atentado", anunciou a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne.

O anúncio foi feito após uma reunião do Conselho de Segurança francês no Palácio do Eliseu, que contou com a presença de Macron, Borne e vários membros do governo.

A França abriga a segunda maior população judaica do mundo depois de Israel e dos Estados Unidos. (Com Agência EFE)

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