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Após sete horas de cerco, soldados entraram no estabelecimento. | Joe Penney/Reuters
Após sete horas de cerco, soldados entraram no estabelecimento.| Foto: Joe Penney/Reuters

O ataque ao hotel de luxo Radisson, em Bamako, no Mali, nesta sexta-feira (20) – apenas uma semana depois dos massacres em Paris – pôs em evidência um fenômeno que vem crescendo a cada ano: o jihadismo africano. Ontem, homens armados islamistas invadiram o hotel e fizeram 170 reféns, incluindo muitos estrangeiros. Após sete horas de cerco, soldados entraram no estabelecimento e libertaram dezenas de pessoas, numa operação que terminou com 27 mortos, incluindo cinco sequestradores.

Os assassinados na capital malinesa foram as vítimas mais recentes de uma onda de violência que atinge vários países. Palco de inúmeros conflitos e guerras civis nas últimas décadas, a África se tornou um terreno fértil para o terrorismo extremista, que ganhou destaque após as ações de grupos como o nigeriano Boko Haram e o somali al-Shaabab, protagonistas de alguns dos mais terríveis atos terroristas dos últimos anos, como o sequestro de mais de 300 estudantes na cidade nigeriana de Chibok, e o ataque à Universidade de Garissa, que deixou 148 mortos no Quênia.

A facção jihadista malinesa al-Mourabitoun, dissidência da al-Qaeda, reivindicou a autoria do atentado no hotel Radisson, no que seria a quarta grande ação do grupo em 2015, após ataques contra um restaurante da capital, um grupo de agentes humanitários, e um hotel na cidade de Sevare, que, juntos, deixaram 25 mortos. O sequestro de funcionários e reféns foi detido por agentes de segurança malineses, que receberam apoio de forças especiais francesas e americanas.

De acordo com testemunhas, os responsáveis pelo ataque ao hotel separaram os reféns muçulmanos e os liberaram após obrigá-los a recitar a shahada, declaração de fé islâmica. A mesma tática foi usada pela al-Shabaab nos ataques no Quênia, incluindo o atentado contra o shopping Westgate, em Nairóbi, que deixou 67 mortos em setembro de 2013.

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