
Dois policiais da cidade norte-americana de Ferguson, no estado do Missouri, foram feridos a tiros durante um protesto na frente da sede da polícia local, na madrugada de ontem. O mais recente episódio de violência na cidade aumentou ainda mais a tensão racial no país.
A manifestação foi realizada horas depois de o chefe de polícia da cidade ter deixado o cargo por causa de um relatório do Departamento de Justiça dos EUA que criticou a corporação. Manifestantes cobravam a remoção de Thomas Jackson desde a morte a tiros de jovem negro Michael Brown pelo policial Darren Wilson, em agosto do ano passado. O assassinato desencadeou protestos em todo país.
Emboscada
Integrantes da polícia de Ferguson disseram que houve uma emboscada aos policiais. O protesto começou pacificamente na quarta-feira, pouco depois de Jackson anunciar sua renúncia. Policiais entraram em confronto com manifestantes e duas pessoas foram detidas.
Os tiros foram dados quando a manifestação se dispersava, por volta da meia-noite. Os policiais assumiram posições defensivas com armas em punho ou se protegeram atrás de escudos.
Um policial de 41 anos do condado de St. Louis foi atingido no ombro. Outro policial, de 32 anos, do departamento vizinho de Webster Groves, ficou com uma bala alojada perto do ouvido. Ele teve a bochecha perfurada pelo projétil, disse o chefe de polícia de St. Louis, Jon Belmar. Agências de notícias informam que eles foram tratados e liberados do hospital, mas ontem à noite o jornal New York Times ainda informava que o estado deles é grave.
Jon Belmar disse que as autoridades têm pistas sobre os autores dos disparos e fez um alerta: os policiais não reagiram aos tiros ontem, mas poderão revidar no futuro.
Repercussão
No Twitter, o presidente Barack Obama condenou o ato de violência. “A violência contra a polícia é inaceitável. O caminho para a justiça temos de percorrer juntos”, escreveu Obama.
Para o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, os disparos foram “imperdoáveis e repugnantes”. “Tais atos insensatos de violência ameaçam as próprias reformas pelas quais os manifestantes pacíficos de Ferguson e de todo o país vêm trabalhando”, afirmou Holden em nota.
O subúrbio de St. Louis mergulhou no caos em agosto passado, após o assassinato de Michael Brown. O adolescente negro estava desarmado quando foi morto pelo policial branco Darren Wilson, que foi liberado em novembro por um júri popular.



