Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Alemanha

Ataque em Berlim faz parte de plano para desestabilizar a Europa, diz especialista em terror

A ação teria como objetivo “envenenar o clima em um ano de eleições em diversos países europeus”, afirma o especialista Bruno Schirra, autor de “Der Global Dschihad” (“A jihad global”)

 | ODD ANDERSEN/AFP
(Foto: ODD ANDERSEN/AFP)

O atentado em que um caminhão avançou sobre uma multidão numa feira natalina em Berlim não deve ser visto como um caso isolado. Essa é a opinião de Bruno Schirra, autor de “Der Global Dschihad” (“A jihad global”). A ação teria como objetivo “envenenar o clima em um ano de eleições em diversos países europeus”, afirma o especialista. Para ele, o atentado em Berlim seria o início de uma série para desestabilizar a Europa.

Na sua opinião, o atentado é mesmo obra do Estado Islâmico?

É de se esperar que tenha sido praticado por uma pessoa, com o apoio de uma rede, e que tenha entrado na Europa como refugiada. Tenho informações de que pelo menos mil pessoas que vieram como refugiadas eram enviadas do EI para a Alemanha, onde o acesso era mais fácil, com o objetivo de preparar e realizar atentados em toda a Europa.

Foi um caso isolado ou esperam-se novas ações?

A escolha da data, pouco antes do Natal, e do local, no centro do consumo de Berlim, mostram que não ficará como caso isolado. É o início de uma série que deverá causar muitos mortos e cujo objetivo é envenenar o clima em um ano de eleições em vários países. Querem provocar mais conflito, por meio da expansão da extrema-direita, como na Holanda, França e Alemanha.

Ataques na Europa podem ser decorrência da pressão em Iraque e Síria?

Também. Mas já há um ano, o EI aconselhou seus adeptos a usar as armas rudimentares para matar inimigos. O EI age em diferentes esferas. Uma é a organização de grupos, embora o ataque seja praticado por uma pessoa sozinha, com objetos do cotidiano. O EI sugeria o uso de caminhões, facões ou bombas artesanais. Na outra, atuam os terroristas treinados militarmente.

O que a Alemanha pode fazer para se proteger?

Pode aumentar a presença policial, mas uma segurança completa é praticamente impossível. O combate ao EI, no entanto, é possível e não só com bombardeios na Síria. O grupo tem o apoio dos países do Golfo, como Arábia Saudita ou Qatar. Apesar disso, o Ocidente negocia com eles. No caso da Alemanha, a ameaça de suspender o fornecimento de armas para sauditas seria freada pelo perigo de desemprego para os alemães. O segundo aspecto é o petróleo saudita, ao qual os ocidentais não querem renunciar.

O ataque ocorreu pouco depois do assassinato do embaixador russo na Turquia. O senhor vê relação?

Não foi coincidência. Diria que estamos no início de uma Guerra dos 30 Anos. Essa guerra religiosa tem suas frentes no Oriente Médio, mas os efeitos chegam à Europa. A História se repete... O Estado alemão fracassou na crise dos refugiados, deixando entrar centenas de terroristas, que em muitos casos não precisaram nem mostrar um passaporte falsificado.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.