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terrorismo

Atentado em Moscou faz Nova York lembrar de risco constante

Segurança do metro de Nova York foi reforçada após atentados na capital russa. Autoridades na Rússia acreditam que os ataques tenham sido causados por grupos separatistas

As revistas em bolsas e os policiais armados no metrô de Nova York, uma torre de observação na Times Square e milhares de câmeras de segurança hoje são tão onipresentes na cidade quanto os táxis amarelos e os coquetéis cosmopolitas.

A segurança ficou ainda mais visível nesta segunda-feira, quando mais policiais patrulharam o metrô e outros pontos estratégicos, depois do duplo atentado suicida que matou pelo menos 38 pessoas em trens lotados do metrô de Moscou.

Embora as autoridades russas digam que o ataque parece estar relacionado a conflitos no Cáucaso, os nova-iorquinos têm convivido com o fato de que sua cidade é um alvo de "alto valor" para grupos extremistas desde os atentados de 11 de setembro de 2001, que derrubaram as torres gêmeas do World Trade Center.

"Viver sob ameaça, a esta altura, se tornou uma nova realidade de vida", disse Dean Kilpatrick, ex-presidente da Sociedade Internacional para os Estudos do Estresse Traumático.

"Embora a maioria das pessoas viva suas vidas de modo bem razoável (...), é um tipo de (fator) estressante crônico que pesa sobre as pessoas conforme elas tocam suas atividades cotidianas."

É comum que os nova-iorquinos sejam lembrados da vulnerabilidade da cidade. O caso mais recente foi o do imigrante afegão Najibullah Zazi, que confessou ter treinado com a Al-Qaeda e planejado um atentado contra o metrô.

Num outro incidente, no ano passado, um avião presidencial causou um breve pânico ao fazer um voo rasante na estátua da Liberdade, para tirar fotos.

"Em me sinto seguro", disse o aposentado Pedro Rodríguez, de 66 anos, esperando o metrô nesta segunda-feira em Manhattan. "Mas deveria haver mais segurança aqui no centro, como na estação Grand Central, onde há pessoas com metralhadoras."

O governo Obama teve de reconsiderar um plano para julgar cinco homens acusados de tramarem os ataques de 2001, inclusive o suposto mentor chefe Khalid Sheikh Mohammed, num tribunal perto do local onde ficava as torres gêmeas.

A proposta foi muito criticada por alguns nova-iorquinos, por causa do gasto com segurança. Alguns moradores temiam também que a cidade ficasse mais vulnerável.

Vários especialistas comparam a ansiedade em Nova York ao clima em outros lugares atacados por extremistas, como Londres. Mas alguns dizem que tal inquietação não se compara a cidades de países como Israel, Paquistão, Afeganistão e Iraque, onde explosões de bombas fazem parte do cotidiano.

"Vivemos sob constante ameaça, mas isso é lembrado como uma ameaça desde o 11 de Setembro", disse Craig Katz, presidente da entidade Disaster Psychiatry Outreach, que envia psiquiatras voluntários a locais de desastres.

"Acho que a ameaça onipresente é similar, mas o fato de que não se tornou real outra vez nos deixa em mundos à parte."

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