
Homens armados executaram em público ontem 18 suspeitos de espionar para Israel, na Faixa de Gaza. As ações foram uma resposta à morte de três líderes importantes do Hamas após ataques aéreos israelenses.
Duas das vítimas eram mulheres, segundo o Centro Palestino pelos Direitos Humanos, que pediu a imediata interrupção do que chamou de "execuções extrajudiciais".
Meios de comunicação do Hamas retrataram os assassinatos como o início de uma nova repressão, sob o slogan "quebrar os pescoços dos colaboradores". O site Al Majd, que é próximo das forças de segurança do Hamas, disse que os suspeitos serão agora tratados "em campo" em vez de terem os casos levados aos tribunais, com o objetivo de dissuadir as pessoas a colaborar com Israel.
Já o site Al Rai, pertencente ao Hamas, diz que o mesmo tipo de punição será em breve imposta a outras pessoas.
O Hamas disse que não vai divulgar os nomes dos mortos porque quer proteger a reputação das famílias. Os assassinatos aconteceram um dia depois de ataque israelense ter atingido uma casa no sul de Gaza e matado três líderes importantes do Hamas.
No início da semana, outro bombardeio matou a mulher e dois filhos de Mohammed Deif, responsável pelo braço militar do Hamas. O destino de Deif ainda é desconhecido.
Os acontecimentos de ontem começaram com o fuzilamento de 11 supostos informantes na sede da polícia da Cidade de Gaza, no período da manhã. Duas das vítimas eram mulheres. Horas mais tarde, sete homens foram mortos do lado de fora da mesquita al-Omari, no centro da Cidade de Gaza, enquanto fiéis encerravam as orações do meio-dia.
Trégua
Há indícios de que a negociação para o cessar-fogo em Israel pode ser retomada em breve. O otimismo se sustenta em declarações de uma fonte próxima ao premiê Benjamin Netanyahu, e no resultado da primeira reunião em Doha do presidente palestino, Mahmoud Abbas, com o líder político do movimento islamita Hamas, Khaled Meshaal.



